Celeste Figueiredo celebra 100 anos com a equipa do Maia Hoje Tv
No passado dia oito de novembro Celeste Figueiredo entrou para o cada vez maior “Clube dos Centenários” da Maia. Para celebrar este dia, filha e neta decidiram desde cedo surpreender a idosa com a presença do presidente da Câmara, António Silva Tiago, e da nossa equipa de reportagem.
Celebrar 100 anos é algo que Celeste nunca esperou. E quanto ao segredo, a centenária diz, em jeito de brincadeira, não o poder revelar. Nasceu no rescaldo da primeira guerra mundial e diz não se lembrar com clareza da segunda.
Os tempos de juventude não foram fáceis. Perdeu o pai sem se conseguir recordar com que idade e, com a mãe a trabalhar «a dias» e «em várias casas», Celeste começou a trabalhar como modista de alta costura. Abriu um atelier na Avenida dos Aliados, no Porto, para onde ia todos os dias a pé e foi «traseira com traseira» que conheceu aquele que viria a ser o amor da sua vida.
Casou com 26 anos, em 1947, e apesar de ter deixado o atelier continuou a trabalhar a partir de casa «por ser uma das melhores modistas tinha clientes que vinham desde Espinho» para terem peças feitas por si. Recorda com muita saudade as bonitas roupas que fazia, dizendo que «eram os casacos que mais gosto davam fazer».
Mais tarde, foi até Celeste quem fez o vestido de noiva da filha. Agora já com uma neta e um bisneto diz ser «muito amada por toda a gente da família». Entre conversas, Celeste foi mostrando vários retratos antigos, tentando relembrar cada um deles. Numa fotografia do dia em que foi batizada, a idosa contou que «estes caracóis foram feitos pela minha mãe, com um garfo», deixando ainda escapar um sorrido terno.
O sorriso da maiata abriu ainda mais quando viu chegar o presidente. Com algum esforço levantou-se da cadeira onde repousava e cumprimentou o chefe máximo da cidade que a acolheu.
Depois de um brinde com champanhe «bastante docinho», Silva Tiago ofereceu um ramo de flores e ainda sabonetes tradicionais e produzidos na Maia. Foram as flores que enterneceram a aniversariante que, por momentos, deixou escorregar uma lágrima de emoção e agradecimento «mas que flores tão lindas, muito obrigado senhor presidente», disse.
Para o presidente foi «um privilégio festejar esta data» com Celeste e a sua família, referindo em tom de brincadeira: «Se ouvir alguém dizer que sou um peneirento não ligue, vim aqui dar-lhe os parabéns com muito gosto».
Mais uma vez o Maiahoje é o único órgão de comunicação social presente nos eventos que importam, não reduzindo o jornalismo a mero “clipping” de imprensa e recorrer à “cópia” do trabalho dos outros.