“Burlonas do Covid” fazem-se passar por Doutoras do SNS
Nos últimos tempos as populações mais idosas das cidades também já são alvo de um conhecido “esquema” que afectava mais as populações rurais e como tal mais espaçadas em termos de vizinhança.
O Jornal da Maia tem tido conhecimento de dezenas de casos que começam com uma simples abordagem de duas ou três personagens que, vestindo de branco e usando máscara, se dizem ser “doutoras do SNS” e que estão ali, gratuitamente, para «ver as condições, fazer um inquérito e desinfetar o lar», afiançando ser tudo «gratuito e pago pelo SNS».
Depois da identificação inicial começam por tentar ganhar a confiança da vitima até ter acesso ao interior da habitação onde solicitam saber qual a medicação que estão a tomar, enquanto que uma delas, sem a vitima se aperceber, vai com um spray “desinfetar” os quartos e outros locais (revistando secretárias, gavetas e outros sítios). Depois de “desinfetado” e os pertences nomeadamente ouro, prata e dinheiro já “aliviados” fecham a divisão e dizem que o local não deve ser acedido «pelo menos nas próximas duas horas», seguramente o tempo necessário para se afastar das redondezas.
Não raras vezes dizem que as notas bancárias são «fonte de covid, pelo que é preciso desinfetar a carteira e as notas que lá estão», mas ainda mais, informam que o Ouro também transmite a doença pelo que «necessitamos de desinfetar as peças, anéis, pulseiras, voltinhas, moedas e outros» e já agora «tem economias em dinheiro? É preciso desinfetar também essas notas», dizem e claro que depois das caixas fechadas e “limpas” aconselham que durante duas horas não se mexa.
Entretanto para afastar algumas dúvidas fazem alusão a alguma potencial doença, seja uma dor num braço ou numa perna «que convém ver o quanto antes» e até agendam já uma falsa consulta para o dia seguinte.
Segundo testemunhos, apesar de alertadas para estas situações, as vítimas dizem que «tudo acontece tão rápido e de forma elegante que, apesar de desconfiarmos por nos pedirem o Ouro ou as economias, não somos agressivas e não queremos ser mal-educadas. Mas é tudo tão rápido que enquanto o nosso cérebro ainda assimila o que se passou já a burla está feita e os ladrões longe».
O Jornal da Maia está em condições de alertar que o SNS não faz desinfeções ao domicílio, nem tem equipas nesse sentido. O princípio será o de sempre: nunca deixar entrar ninguém em casa e de preferência nem abrir a porta. Qualquer dúvida contactar primeiro a polícia antes de abrir a porta e seguir as instruções.