Maiambiente organiza primeira conferência do “Recicle Mais, Pague Menos”
No dia quatro de maio, a Maiambiente organizou a primeira conferência “Recicle Mais, Pague Menos- Rumo a 2030”, no grande auditório do Tecmaia. O evento contou com a presença de um painel conceituado de especialistas, nacionais e internacionais e uma plateia de mais de 200 técnicos e decisores do Setor de Gestão de Resíduos.
Segundo comunicado de imprensa, durante a manhã, foi apresentado com detalhe o caso da Maia, e debatidos diferentes exemplos de implementação de sistemas PAYT, que visam promover e incentivar a separação correta e a redução da produção de resíduos. Foi também referida a importância da comunicação contínua, e da correta adequação dos modelos de deposição e recolha e a importância da introdução de um sistema tarifário PAYT, bem como, nas tarifas praticadas. Alguns dos aspetos mais referenciados pelos presentes foi a importância de haver coragem política e capacidade técnica para afirmar a estratégia.
Para encerrar os trabalhos Jean Benoit, representante da ACR+, apresentou os fundamentos e constrangimentos na implementação de soluções PAYT, e os principais casos de sucesso na Europa.
A sessão da tarde, iniciou-se com a partilha de Josep Maria Tost, ex Diretor da Agència de Residus de Catalunya, que apresentou o caso da Catalunha e reforçou a importância de existir também financiamento e aposta na literacia ambiental.
A conferência terminou com uma sessão, que levou ao palco representantes da Lipor, ECOSERVIÇOS, APA, ERSAR, CCDRn e Sociedade Ponto Verde para debater o Futuro do Setor. Neste painel, ficou evidente que os objetivos e metas previstos no PERSU 2030 – Plano Estratégico para os Resíduos Urbanos, são um enorme desafio para o setor, num país com enormes diferenças e fragilidades onde será obrigatória, sob pena de ser penalizada, a redução para 1/5 do valor atual, a quantidade de resíduos depositados em aterro e nessa sequência um colossal aumento para 61% da quantidade de resíduos reciclados, com destaque para os biorresíduos, e onde o PAYT enquanto instrumento económico deverá ser aplicado de forma generalizada. Evidenciando-se assim, que o PERSU se trata de um plano decisivo para alinhar o país à situação europeia no Setor.
Marta Peneda, presidente do Conselho de Administração da Maiambiente, encerrou a conferência, sublinhando que «implementar o “Recicle Mais, Pague Menos”, não foi fácil. Além da imprescindível coragem política, custou trabalho, custou conhecimento, custou tecnologia, custou tempo, e custou muito dinheiro. E é este modelo que quisemos com todos partilhar e discutir, sobretudo pela diferença que aporta em relação a outros que também aqui foram apresentados. Nem melhores, nem piores que o nosso. Porventura e com certeza diferentes, como são diferentes as realidades de cada concelho, de cada geografia e de cada comunidade».
Finalizou dizendo que «com a recente publicação do PERSU 2030, em que este modelo se apresenta como tendencialmente obrigatório, entendemos por bem discutir o futuro do sector, numa iniciativa que não é muito comum, em Portugal».