OPINIÃO| Volta PS, estás perdoado!
Hoje, à espera que haja alguém do PS a dar a cara pelo saudoso verdadeiro Partido Socialista, partido fundamental para a democracia portuguesa, trago-vos mais três apontamentos deste desgoverno.
A incompetência está de tal forma instituída que o secretário de Estado da Mobilidade Urbana, admite que as obras no metro de Lisboa e do Porto poderão ter uma derrapagem superior a 600 milhões, lembrando e admitindo que, por norma «o valor final de qualquer obra pública costuma ser superior ao inicialmente previsto». A sério? Então para que se fazem orçamentos? Ouvi dizer que, antes da obra sequer começar já o orçamento tinha “derrapado”. Está tudo doido?
O descaramento é tal que o ministro da Administração Interna, José Luís Carneiro, diz que face à dificuldade em, através de concurso, arranjar as aeronaves que faltam à temporada de fogos, irá recorrer ao Ajuste Directo. O problema senhor ministro é que existe uma diferença grande entre concurso e ajuste directo e a pergunta que se segue é justa. Porque é que o eventual adjudicado do ajuste directo não respondeu ao concurso? Porque o concurso foi feito de forma a ficar deserto e poder ser posteriormente adjudicado por ajuste directo?
A terminar, o meu amigo Manuel Pizarro, ex-vizinho, ex-colega de liceu, ex-director de um jornal regional, que eu, enquanto autarca, subsidiei muitas vezes, adversário com quem tive muitas lutas políticas, atualmente muito ilustre médico e Ministro da Saúde, parece que está muito preocupado com os fumadores (que pagaram em 2021 quase 3,3 milhões de euros por dia em impostos para o Estado). Defende que no assunto do tabaco, qual Passos Coelho «é necessário ir mais longe do que a União Europeia nesta matéria». O meu amigo, experiente político, apostou na polémica contra os fumadores e os vendedores, mas será que ainda é a favor da despenalização da ganza? É que por este andar, vai ser mais fácil encontrar, onde a qualquer hora, adquirir ganza e fumá-la sem proibições ou ameaças de multa.
Uma pessoa que conheço bem, com 90 anos de idade, uma carreira contributiva e de trabalho desde os 12 anos, sem grandes problemas de saúde ou que tivesse que recorrer ao SNS, continua a fumar e faz desse o seu único vício que a sua mísera reforma lhe permite ter. Terminar com o vício seria uma sentença de morte antecipada. Porquê dificultar-lhe a vida e impedi-lo de tomar o seu cimbalino com um cigarro numa qualquer esplanada?
Sabe senhor ministro, 3,3 milhões, por dia, repito, por dia, se o seu interesse fosse mesmo esse, seriam mais que suficientes para pagar uma campanha e cuidados que acabassem com esse vício, mas se calhar não interessa porque, na verdade, enquanto estas polémicas circulam outras se esquecem e, o povo português, tem tido memória muito curta. Não foi o senhor governante dos dois governos de José Sócrates?
Este (des)governo de Costa, vive de extremistas, amizades pouco recomendáveis e cava a sepultura da Classe média. Razão tinha António José Seguro que nas eleições internas do PS já falava de «promiscuidade entre política e negócios», «deslealdade e traição» em relação a António Costa.
Onde andam os socialistas? Volta PS, estás perdoado!
Jornalista
Diretor de Informação