Exibição “Campo-Ponte-Praça” sobre o ISMAI – Estádio
Na sessão de encerramento da primeira edição do Prémio Municipal de Arquitectura João Álvaro Rocha, (PMAJAR), que terá lugar no dia 14 de fevereiro, quarta-feira, pelas 18h30, será exibido o vídeo sobre a obra premiada, o ISMAI – Estádio, intitulado “Campo-Ponte-Praça”, realizado por Mariana Bártolo, e proferida uma conferência pelos arquitetos Pereda | Pérez designada “Ideias e Coisas”. A sessão acabará com uma conversa entre a realizadora, os arquitetos conferencistas e Luís Pinheiro Loureiro, um dos co-autores da obra distinguida.
O vídeo “Campo-Ponte-Praça” resulta do olhar da realizadora Mariana Bártolo sobre a forma como o espaço do ISMAI – Estádio acolhe e é apropriado pelas pessoas que o usam, com o desejo de o mostrar a um público maior, aproximando-o da arquitetura.
Na conferência “Ideias e coisas”, a dupla de arquitetos de Navarra Pereda | Pérez partilhará a sua busca pela permanência das ideias nos espaços (coisas), que têm desenhado ao longo de duas dezenas de prática profissional. Acreditam que a correspondência entre ideias e coisas acontece na busca da essencialidade das primeiras, em resposta às necessidades, à experiência do espaço de arquitetura e à sua construção.
Trata-se de uma comunhão feliz com os objetivos do Prémio, plasmados na obra ganhadora da sua primeira edição, e com a obra de João Álvaro Rocha, com quem aqueles arquitetos se cruzaram.
Com esta sessão, conclui-se a atribuição do prémio não pecuniário, que em momentos anteriores incluiu a edição de um catálogo e uma visita à obra ISMAI – Estádio; completando-se assim, este ciclo de divulgação da arquitetura no movimento de aproximação à comunidade.
Mariana Bártolo é cineasta, performer e artista multimédia. Sendo maiata, vive entre Portugal e a Alemanha. Entre vários filmes e documentários realizados destaca-se a estreia em 2023 em Cannes da curta-metragem “As gaivotas cortam o céu” co-escrita e co-realizada com Guillermo García López.
Pereda | Pérez | ARQUITECTOS foi fundado em 2005, em Pamplona, pelos arquitetos Carlos Pereda Iglesias y Óscar Pérez Silanes. A sua atividade profissional divide-se entre a prática de arquitetura e o ensino na Escola de Arquitectura da Universidade Politécnica de Madrid ETSAM e na Universidade de Saragoça EINA, assim como em diversos cursos noutras instituições. A sua obra tem sido objeto de atribuição de prémios e publicada em numerosas revistas, publicações e exposições nacionais e internacionais.
O ISMAI – Estádio é constituído pela obra do campo de futebol, pista de atletismo, courts de ténis e estruturas complementares que “requalificou a relação entre os edifícios do campus e entre estes e a paisagem incluindo o estádio e o horizonte marcado pela linha de metro através da sensibilidade à topografia”, como refere o júri em ata. Acrescenta ainda que “demonstra um domínio exemplar da proporção e racionalidade da distribuição do programa”, apresenta uma “economia dos meios expressivos e reduzida paleta de materiais”, satisfazendo “as três necessidades elementares do abrigo humano – protecção da chuva, sombreamento e ventilação – em encerramento mínimo sem recorrer a meios activos de tratamento do ar”.
Os arquitetos autores do ISMAI – Estádio, José Carlos Loureiro (1925-2022), José Manuel Loureiro (1951) e Luís Pinheiro Loureiro (1984) são uma família de três gerações de arquitetos, todos formados na que é hoje Faculdade de Arquitetura do Porto, e Escola Superior de Belas Artes do Porto na altura em que estudavam os dois mais velhos. As duas gerações mais novas dão continuidade ao GALP — Gabinete de Arquitectura Loureiro Pádua. O construtor foi a LUCIOS Engenharia e Construção e o dono da obra, entusiasta do seu património, é Maiêutica – Cooperativa de Ensino Superior – C.R.L..
Organizado pela APJAR – Associação Pró-Arquitectura João Álvaro Rocha, com o apoio da Ordem dos Arquitectos – Secção Regional Norte, o Prémio, não pecuniário, de iniciativa autárquica e com periodicidade bienal, destina-se à valorização, reconhecimento e promoção de Edificações e Espaços Públicos, localizados no Município da Maia, que se destaquem não só pela sua qualidade arquitetónica e urbanística, mas sobretudo pela sua função social, cultural e inserção urbana, sendo dado por isso relevância ao período pós-construção e à capacidade de resposta demonstrada pela obra ao propósito que presidiu à encomenda.
A Câmara Municipal da Maia atribuiu o nome do arquiteto João Álvaro Rocha (1959 – 2014) ao Prémio Municipal de Arquitectura como reconhecimento do seu trabalho em prol da qualidade da arquitetura e do urbanismo, uma parte significativa realizada no concelho da Maia, e com o objetivo da integridade e autenticidade da sua obra servir como referência ao Prémio.
Entrada livre.