“As abriladas de abril” explicou fenómenos relacionados com a revolução dos cravos
Na noite de 17 de maio, numa unidade hoteleira maiata, decorreu um jantar/tertúlia que tinha como tema “as abriladas de abril”, numa iniciativa da “PASC [Plataforma de Associações da Sociedade Civil] – Casa da Cidadania” e da associação “Pensar O Porto”, aproveitando a conjuntura da celebração do Cinquentenário do 25 de Abril de 1974.
Entre os presentes encontravam-se ex-autarcas e governantes, nomeadamente Joaquim Couto, ex-presidente da Câmara Municipal de Santo Tirso; Nuno Cardoso, ex-presidente da Câmara Municipal do Porto; Narciso Miranda, ex-presidente da Câmara Municipal de Matosinhos e Vieira da Cunha, um dos fundadores e dirigente nacional do PPD/PSD.
A apresentação esteve a cargo de Carlos Magalhães, dirigente da PASC que, com Renato Epifânio, presidente da direção da PASC, foi o responsável por esta iniciativa.
O diretor Manuel Dias falou sobre “abrilada absolutista de 1824” (de D. Miguel), da “abrilada de 1947 (de Mendes Cabeçadas) e da “abrilada de 1961” (de Botelho Moniz); Joaquim Couto deu testemunhos do “25 de Abril de 1974”; Vieira da Cunha tratou o tema “A maioria silenciosa de 28 de setembro de 1974”; e Nuno Cardoso discursou sobre o “11 de março” e o “25 de novembro” de 1975.
Em entrevista ao Maia Hoje, Carlos Magalhães refere que, com esta iniciativa «pretendemos explicar fenómenos que se passaram em abril, antes da revolução dos cravos, a revolução liberal e as “abriladas”, o que aconteceu depois da revolução dos cravos, que não se passaram em abril, mas que se moviam com os mesmos objetivos, que era de facto de desvirtuar o que se passou com a revolução de 25 de abril».
Nuno Cardoso abordou o PREC (Processo Revolucionário Em Curso) que datou entre a Revolução e a posse do 1.º Governo Constitucional, falando do “11 de março” e demorando-se no relato dos acontecimentos do “25 de novembro”.
«Eu acho que o 25 de abril é a grande revolução, foi a que devolveu a liberdade ao povo português. É evidente que no período desse ano e meio, entre o 25 de abril e o 25 de novembro de 1975, a revolução andou perdida. O chamado PREC, que começa no dia 25 de abril, andou bastante perdido. No início a virar muito à direita, depois virou muito à esquerda e o 25 de novembro recentrou o processo democrático e criou as condições para que a democracia se estabelecesse, mas daí dizermos que é mais importante que o 25 de abril, acho que não» considera o ex-autarca sobre a importância destas datas.
Já na parte final de um jantar/tertúlia que se prolongou por cerca de três horas, mas bastante rico para as quase três dezenas de pessoas que nele participaram interveio Renato Epifânio, presidente da Direção da PASC, que falou da importância da Plataforma de Associações que dirige, do Movimento Internacional Lusófono e desse grande pensador português que foi Agostinho da Silva, que por ele tem sido bastante estudado.