PCP critica investimento no Aeródromo da Maia
O Jornal da Maia noticiou no início deste mês, a aprovação do Programa Estratégico para o Desenvolvimento do Aeródromo da Maia, votado no passado dia dois de setembro na Assembleia Municipal.
O Partido Comunista Português da Maia (PCP) vem manifestar a sua opinião, começando por mencionar que este programa «cria mais um Elefante Branco na Maia» e que «com a sua aprovação, a maioria PSD/CDS que gere o Município da Maia, visa injetar verbas municipais no Aeródromo de Vilar de Luz, num investimento claramente desligado da realidade e que será mais um sorvedouro de verbas públicas sem interesse para os munícipes do concelho».
Em comunicado enviado à nossa redação, os comunistas referem que esta proposta «sustenta-se num estudo que não faz qualquer sentido à escala municipal» e aconselham «no mínimo deveriam ser realizados estudos à escala metropolitana ou regional, mas tendo em conta a dimensão do país, deveriam ser à escala nacional, envolvendo também entidades nacionais. A ideia de colocar aeroportos “a concorrer” uns com os outros, é desperdiçar recursos (necessariamente) públicos», dizem.
Aeródromo dá prejuízo de 3,5 milhões
Apontam ainda às despesas «o atual Aeródromo foi deficitário todos os anos da sua existência, chegando a um prejuízo de 500.000 euros para uma receita de 100.000 em 2022, último ano com as contas inseridas no Estudo apresentado. Aliás, com base nos dados relativos aos últimos 10 anos verifica-se que o Aeródromo totalizou um défice superior a 3 milhões e meio de euros uma vez que apenas obteve 446 980,79€ de receita, face aos 3 981 324,01€ de despesa. Ao que se somam 9 milhões de euros de despesas, sem nunca contemplar a contratação de mais trabalhadores necessários, no imediato, para manter os atuais usos da infraestrutura. Factos que expõem a real dimensão do buraco financeiro desta infraestrutura» referem.
«Desatualizado, não cumpre as normas»
Os comunistas afirmam ainda que este é um equipamento «desatualizado e que não cumpre as actuais normas para a classificação que tem, violando as regras de segurança da ICAO (Organização Internacional da Aviação Civil), tendo um funcionamento muito precário. Factos nunca referidos no estudo apresentado que suporta a proposta».
Assim, para o Aeródromo manter os seus atuais usos necessita de «avultados investimentos» e entender «qual o seu papel a nível local, regional e nacional, sem colocar em causa outros equipamentos».
O PCP não esquece outros investimentos «de má memoria da maioria PSD/CDS na Câmara da Maia, alguns, cujas consequências ainda afectam este concelho, como os fundos de investimento (Maia Golfe e Praça Maior) ou ainda a própria TecMaia».
Aeródromo não deve concorrer com Aeroporto
Terminam por recordar que «o Aeroporto Sá Carneiro não está esgotado, e que estão em curso obras de 50 milhões para ampliar a sua capacidade» e acrescentam «o Aeródromo da Maia não deve competir com o Aeroporto, e mesmo admitindo a possibilidade da sua utilização para outros fins, é necessária uma decisão à escala regional, em articulação com a ANA e entidades regionais, ou correrá o riso de se transformar num “Elefante Branco” ainda maior», alegam.