Preços altos da energia levam Siderurgia a parar produção na Maia e no Seixal
A Siderurgia Nacional parou a sua produção nas fábricas da Maia e do Seixal devido ao aumento do preço de mercado da energia, perspetivando que esta interrupção se prolongue até quinta-feira.
A Megasa, dona da Siderurgia Nacional justifica «no curto prazo, esta redução drástica na produção das fábricas do Seixal e da Maia é economicamente insustentável para a maior indústria eletrointensiva em Portugal, que gera 700 empregos diretos, mais 3.500 indiretos e exporta, anualmente, o equivalente a 900 milhões de euros».
Em comunicado, o grupo espanhol explica que «o escalar do preço da eletricidade tem estado a impossibilitar o regular funcionamento das unidades fabris do grupo em Portugal», acrescentando que, neste momento, «as fábricas do Seixal e da Maia programam diariamente a sua laboração, em função dos períodos em que os valores por megawatt hora permitem a atividade das duas unidades».
Apesar das dificuldades que enfrentam, a Megasa afirma procurar soluções «para desligar o seu custo de eletricidade do custo do gás natural e implementar, através de investimento próprio, projetos em regime de autoconsumo renovável, que lhe garantam, ao mesmo tempo a descarbonização da eletricidade consumida e custos compatíveis com a sua competitividade internacional» apresentando o exemplo da «criação de um parque fotovoltaico na fábrica da Maia», sublinhando, no entanto, que «os projetos apresentados pela Megasa para responder a estes desafios na fábrica do Seixal estão dependentes de aprovação junto das autoridades públicas, locais e estatais».
A mesma fonte diz estar «em desvantagem face às suas congéneres/concorrentes europeias que, em alguns países, já beneficiam do estatuto de eletrointensivas, garantindo-lhes diferenciação de custos que as torna mais competitivas».
Perante o «risco real de agravamento da situação e consequente inviabilização desta indústria, é urgente a adoção em Portugal de medidas mitigadoras da crise». Na mesma nota enviada às redações, diz ainda estar «disponível para, em conjunto com o Governo e com as demais entidades públicas, desenhar e implementar medidas que possam ajudar o setor a enfrentar um futuro que se avizinha difícil».
De recordar que em março de 2022, após o início da guerra na Ucrânia, a Megasa suspendeu a atividade nestas mesmas fábricas devido ao aumento dos preços da eletricidade. Meio ano depois, a siderúrgica voltou a suspender a produção, mas dessa vez apenas no período noturno.