Requiem de Verdi enche Igreja de Gueifães
A obra foi executada pela Orquestra Filarmónica Portuguesa; pelos solistas Raquel Paulo (soprano), Cátia Moreso (mezzo-soprano), Sérgio Sousa Martins (tenor) e Rui Silva (baixo); pelo Coro Polifónico da Lapa, o Coro da Associação de Música Sacra de Braga e o Coro Juvenil Pró-Música. Cerca de 150 interpretes, sob a regência de Osvaldo Ferreira.
No âmbito do Festival Internacional de Órgão e Música Sacra (FIOMS), a Maia acolheu, no dia 17 de novembro, a última récita da Messa de Requiem de Giuseppe Verdi. No ano em que se celebram os 150 anos da sua estreia, esta obra maior do repertório coral do séc. XIX, lotou os locais onde se apresentou. A Maia não foi exceção e a Igreja de Gueifães foi pequena para receber todos aqueles que não quiseram perder a oportunidade de ouvir uma obra “poderosa e emblemática, plena de emoção, que vai além do seu significado litúrgico”, nas palavras do maestro Osvaldo Ferreira.
Pelo seu elevado custo e complexidade logística, o Requiem de Verdi raramente é apresentado, mesmo nos grandes centros urbanos. Contudo, Filipe Veríssimo, fundador e diretor artístico do FIOMS, considera ser “fundamental” apostar na descentralização cultural, uma vez que só assim é possível “chegar a um público que, em princípio, não tem acesso fácil a este tipo de propostas”. Além disso, “colocar localidades como Freamunde, Alfena ou Gueifães no roteiro destas grandes realizações é algo que em muito contribui para o prestígio e desenvolvimento cultural de cada município que acolhe esta iniciativa”, afirmou.
FIOMS na Maia
Parceiro do Festival desde a primeira hora, o município da Maia recebeu ainda outros quatro concertos. O primeiro foi no dia 15 de novembro, na Igreja de Nossa Senhora da Maia, pelo organista alemão Winfried Lichtscheidel. No Mosteiro do Divino Salvador de Moreira apresentou-se, no dia 22 de novembro, o Duo Sonorous, constituído pela violinista holandesa Lisette Carlebur e pelo organista espanhol Víctor Baena. No dia seguinte, as Arias sacras para tenor, de J. S. Bach, foram interpretadas, na Igreja velha de Gueifães, pelo Ensemble Bonne Corde, com Diana Vinagre no violoncelo barroco e direção artística, o tenor Rodrigo Carreto, Marta Vicente no contrabaixo barroco e Fernando Miguel Jalôto no órgão. Por último, integrado no Roteiro dos Órgãos Históricos da Diocese e Área Metropolitana do Porto, Milheirós foi palco, no dia 30 de novembro, de um concerto pela soprano Alexandra Quinta e Costa e pelo organista Tiago Ferreira.
Brahms e Bach na calha
As próximas edições já têm protagonistas: em 2025 o FIOMS apresentará o Requiem alemão de Brahms e, em 2026, a Missa em Si menor de Bach. O projeto incluiu a realização de seis concertos distribuídos pelos municípios do Porto, Maia, Valongo, Gondomar, Vila Nova de Gaia e Paços de Ferreira. “No Porto não poderemos ficar pela apresentação de apenas um concerto. Por isso, vamos avançar para a realização de, pelo menos, dois. Desejamos manter um concerto em Freamunde, Alfena e Gueifães e gostaríamos de estender o projeto a São Pedro da Cova (Gondomar) e Grijó (Vila Nova de Gaia) por se tratarem de espaços que, no nosso entender, podem perfeitamente acolher uma iniciativa destas”, adiantou Filipe Veríssimo.
Rita Santos, jornalista