A hora das decisões
Aproximam-se as eleições autárquicas e com elas o habitual “circo” do panfleto, da caneta e da t-shirt. Para que não haja falsas interpretações, por “circo”, entenda-se todas as movimentações extraordinárias que por determinado evento acontecem. Por outro lado, embora hajam alguns episódios hilariantes, o respeito e a altivez que a arte circense nos merece, não é comparável com a palhaçada ou o contorcionismo de alguns políticos.
Pela primeira vez, numas dezenas de anos, há a noção de que o partido autárquico líder na Maia poderá perder as eleições. Os danos foram-se acumulando e tudo depende dos candidatos a apresentar.
A unidade foi-se perdendo. Nos últimos anos temos vindo a conhecer um poder político cinzento, arrogante, pleno de vícios e fechado em si próprio, contrário ao que nos tínhamos vindo a habituar e que tantas maiorias e alegrias deu ao partido do governo.
Acredito que, a perder as eleições, a maioria atual, só não o foi antes porque a oposição apresentou candidaturas que não eram minimamente credíveis, com listas minadas por gente ressabiada, oriundas de outras paragens, mais interessada em destruir e dizer mal do que construir. Aliás este é o PS que apregoa a democracia e queria destruir a imprensa local.
Na torre, minada pela arrogância e onde a comunicação nunca foi tão opaca, reina a inércia. Destacam-se algumas áreas como o Ambiente, a Cultura, Desporto e Educação, onde se nota esforço político e das chefias, com dedicação e trabalho.
Nem tudo vai bem no castelo. Tudo o que rodeia o poder decisório pinta quadros em tons de rosa quando na realidade são cinzentos. O povo, ainda com algum receio, “oficialmente” ainda vai sorrindo, mas no seu íntimo subscreve este pensamento e poderá ser esta a orientação no dia em que importa.
Para já, oficialmente, são conhecidas duas candidaturas, do Partido Socialista e do Partido Chega, mas não são conhecidas as composições das listas. Estas farão a diferença entre o habitual mofo e a lufada de ar fresco de que a Maia precisa.
Está na hora das decisões! Ainda vão a tempo. Que os partidos saibam bem escolher os seus candidatos é o desejo que formulo.
Artur Bacelar, jornalista