I Encontro SchoolGym supera expectativas
O Complexo Municipal de Ginástica da Maia recebeu, no passado domingo, 18 de março, o I Encontro School Gym, uma iniciativa do GCM – Ginásio Clube da Maia, com o apoio da Câmara Municipal da Maia e da Associação de Ginástica do Norte, destinada aos alunos do 1º ciclo do ensino primário dos Agrupamentos da Maia e Gonçalo Mendes da Maia.
O evento seguiu sob a tutela de Eduardo Queiroz, coadjuvado por Susana Benigno, ambos treinadores da formação do Ginásio Clube da Maia, com a presença de 140 alunos oriundos de sete escolas do concelho, a saber, C.E. da Maia, EB1/JI da Maia, EB1/JI de Currais, EB1/JI D. Manuel II, EB1/JI Cidade Jardim, C.E. de Gueifães, e EB1/JI de Gueifães.
Eduardo Queiroz mostrou-se satisfeito com os resultados do evento, referindo que este «superou as expectativas». Em conversa com o Jornal da Maia, o treinador disse que este é um projeto para continuar e ser alargado aos outros agrupamentos escolares.
O encontro assumiu a forma de uma competição por equipas em que os alunos competiram em seis atividades diferentes: exercícios de solo; salto; lançamento de uma bola de basquetebol; salto em comprimento; salto à corda; e corrida de velocidade.
Durante o treino, os alunos tiveram ainda a oportunidade de experimentar três atividades não competitivas: argolas, paralelas e o trampolim, e de assistir a exibições de atletas do GCM nas modalidades de Ginástica Artística Masculina e Feminina e Ginástica Acrobática, e ainda uma exibição de Rope Skipping do Clube das Taipas.
No escalão 1º e 2º ano a vencedora foi a escola EB1/JI da Maia. A escola EB1/JI de Currais classificou-se em 2º Lugar e a escola C.E. da Maia em 3º Lugar. No escalão 3º e 4º ano os lugares do pódio foram repartidos pela escola EB1/JI da Maia (1º Lugar), escola C.E. da Maia (2º lugar) e EB1/JI D. Manuel II (3º lugar).
Os prémios foram entregues pela vice-presidente e vereadora da Educação da Câmara Municipal da Maia, Emília Santos e pelo chefe de Gabinete da Presidência da Câmara Municipal da Maia, Hernâni Ribeiro.
O berço do projeto
“School Gym” é um projeto que «surge na procura de atletas e na necessidade de mostrar aos mais pequenos o que é a ginástica», explicou Eduardo Queiroz, treinador do Ginásio Clube da Maia, sublinhando que esta não é uma modalidade muito requisitada. Eduardo e Susana Benigno, também treinadora do GCM, acreditam que este é um problema cultural, por isso, através do projeto “School Gym” quiseram mostrar que a ginástica, seja ela em que vertente for, não se destina apenas a atletas femininas e que esta não impede o crescimento das crianças, como tantas vezes se ouve, «isso é apenas um mito», referem, acrescentando que os mais novos «têm uma ideia errada da modalidade» pela má experiência que muitas das vezes têm nas escolas, fruto do não contacto com outros materiais gímnicos e da forma, tantas outras vezes, não motivacional de apresentar a modalidade em contexto escolar. «Na melhor das hipóteses, uma escola tem um colchão, uma caixa, uma trave pequena e um banco sueco. Se perguntarmos a um aluno qual a modalidade desportiva que menos gostam nas aulas de Educação Física, imediatamente respondem ser a ginástica».
Da «fase de experimentação» à fase de implementação
O clube já se tinha deslocado às escolas, na perspetiva de conseguir levar o verdadeiro conceito da modalidade e captar novos atletas, mas esta foi uma iniciativa que «não resultou» porque «as crianças não saíram do mesmo espaço, usaram o mesmo colchão e a mesma caixa», explicam. Por isso, o GCM decidiu lançar um desafio à escolas dos Agrupamentos da Maia e do Gonçalo Mendes da Maia – «o objetivo era que os professores se comprometessem a ensinar o conjunto de esquemas de exercícios simples que nós facultamos, treinassem nas escolas e viessem cá no 1º Encontro School Gym mostrar o que tinham aprendido», explicaram os treinadores. Ainda em «fase de experimentação», é esperado que já para o próximo ano a iniciativa possa ser alargada aos restantes agrupamentos do município da Maia e, possivelmente, aos estabelecimentos de ensino privado. «O nosso objetivo é que a Maia conheça o que é, na verdade, a ginástica e se envolva na modalidade», referiram.
Poucos, mas bons
Para Susana Benigno, «embora não tenhamos muitos atletas, aqui na Maia somos dos melhores», explica, acrescentando que «temos muitos campeões nacionais, mesmo nos escalões mais novos, onde os resultados não são divulgados». Prova do sucesso gímnico na Maia é o atleta Miguel Pinto que se sagrou campeão nacional, na categoria sénior, na época passada. O ginasta, de 18 anos, referiu que, no momento em que começou a praticar a modalidade foi «receoso» porque existiam vários mitos na sociedade e a associação de que «a ginástica era para meninas». Hoje, explica, que esses preconceitos vão-se diluindo, mas não ao ritmo que deveriam. Por outro lado, «apesar do não crescimento dos ginastas ser mito, o ganho de massa e volume muscular é verdade» pela intensidade dos exercícios, o que «já é algo positivo», disse. A chave para o sucesso, explica, «é muito trabalho e muitas horas de treino», sempre em busca da perfeição na execução dos exercícios.
Fotografias: SonyFoto