Clube dos Pensadores chega ao fim
Fundado em março de 2006, o Clube dos Pensadores (CdP) chega agora ao fim. Ao longo de cerca de 14 anos, realizou perto de 130 debates, intervindo ainda através de blogue aberto aos cidadãos, palestras, publicação de livros, artigos de opinião, comentário e análise política.
«Na altura havia um défice de debate público, hoje em dia há debates para todos os gostos e feitios, deste modo, já não se justifica a sua existência», referiu, em comunicado, Joaquim Jorge, fundador do clube.
O CdP procurou cumprir ao que se propôs ao «reivindicar o valor da conversação, do debate de ideias e da diversidade de opinião na presença das pessoas, sendo um espaço aberto e de reflexão como essência da democracia. O CdP sempre lutou contra o desinteresse na política, pela aproximação entre os cidadãos e a política, procurando fazer ver que as pessoas queriam uma relação diferente com a política e os políticos», esclareceu.
Para Joaquim Jorge, «é preciso repensar o país, a forma de fazer política e o próprio regime. A abstenção é alarmante e é um dos calcanhares de Aquiles do nosso regime, a que não é alheio todos os casos de corrupção».
«Tudo na vida tem um princípio e um fim»
Ao longo destes anos passaram pelo clube figuras ligadas a diferentes áreas como a política, justiça, economia, ciências, sindicatos, desporto, música, imprensa, entre outros.
O Clube dos Pensadores aconteceu porque «alguém se lembrou de o fazer e inventou este formato», explica Joaquim Jorge, acrescentando que este foi «um fórum de debate em que os cidadãos também contavam».
O biólogo e fundador do CdP diz ter-se «preocupado com o processo, mas nunca com o resultado», deste modo, não teve «consequências», mas tornou-se «uma marca».
«Tudo na vida tem um princípio e um fim», disse. O projeto de cidadania chega ao fim, mas Joaquim Jorge garante continuar a sua intervenção cívica com um novo projeto, a Plataforma de Candidatura à CM Matosinhos 2021 – Matosinhos Independente.