Portocargo desenvolve “pontes” entre Portugal e a China
Pandemia é responsável por incremento de negócio.
A pandemia Covid trouxe, a nível dos transportes, um incremento, nomeadamente na necessidade de importação de produtos especializados. Assim, a “Portocargo”, empresa maiata que se dedica ao transporte de mercadorias, presente em mais de 90 países, registou um aumento na procura de serviços para transporte de material de proteção individual, equipamento médico e cirúrgico proveniente da China, obrigando a um reajuste na actividade perante os fortes constrangimentos à circulação internacional de mercadorias.
A equipa de 41 colaboradores foi dividida de forma a alargar o tempo de laboração para assegurar resposta a todas as solicitações sem restrições de fuso horário, tarefa facilitada pela digitalização dos processos. A missão foi cumprida e, nestes primeiros sete meses do ano, o volume de negócios apresentou um crescimento de dois dígitos. Mas o panorama económico nacional e internacional não traz grandes expectativas a curto prazo, disse a empresa ao jornal digital “Dinheiro vivo” do passado dia 15 de Agosto.
«A presente crise é global, quase todas as atividades económicas estão a viver momentos de enorme incerteza», disse Mário Sousa, administrador da Portocargo, o que impede «qualquer projeção séria» sobre o evoluir da atividade. As operações de transporte de mercadorias estão também mais difíceis e muito mais caras. Segundo adianta àquela publicação especializada, verificou-se «um aumento brutal de preços» no transporte aéreo que, «em muitos casos, nomeadamente no corredor Ásia-Europa, sextuplicou durante os meses de abril e maio», face aos praticados antes da pandemia. O responsável lembra que a covid provocou «bloqueios sem precedentes nas operações logísticas mundiais». Na China, que desempenhou um papel de fábrica e de fornecedora mundial de produtos médicos e sanitários, «os portos estiveram encerrados durante oito semanas e os aeroportos, após a reabertura ao tráfego de mercadorias, muito congestionados, obrigando-nos a transferir mercadorias para aeroportos situados a grandes distâncias dos locais onde as mercadorias foram produzidas», contou Mário Sousa ao “Dinheiro Vivo”. Toda esta nova realidade acabou por se repercutir no aumento do custo das matérias-primas e produtos.
A Portocargo tem no continente asiático um dos seus principais centros de operação, destacando-se a China, Hong Kong e Macau como os mercados com maior expressão. Segundo Mário Sousa, a empresa assegura há quase três décadas a importação de um conjunto diversificado de matérias-primas e componentes da Ásia para a indústria portuguesa, assim como de produtos acabados para o setor do comércio. Em sentido inverso, a transitária tem levado granito e mármore, mobiliário, calçado, material de cortiça, produtos alimentares, vinhos e azeite. Mário Sousa, àquele jornal, assegura que tem «vindo a registar um consecutivo aumento das exportações» nacionais para este país. No ano passado, a Portocargo registou 13,6 milhões de euros de volume de negócios. A empresa está muito centrada em operações de transporte marítimo, área responsável por cerca de 65% do volume de negócios, sem descurar o aéreo, o multimodal e o rodoviário, que representam 30% das receitas, e os serviços aduaneiros, que valem cerca de 5%, lê-se no “Dinheiro Vivo”, publicação do grupo “Global”, que inclui, entre outros, o JN e a TSF.
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