Serviço de Neurocirurgia na vanguarda do uso de tecnologia de inovação em hospitais públicos
Centro Hospitalar Universitário do Porto é o primeiro hospital público em Portugal a instalar a tecnologia de ablação tumoral por laser para tratar cancro e epilepsia.
Atento à atual conjuntura mundial, que exigiu ao setor da saúde uma viragem tecnológica mais rápida e profunda, o Serviço de Neurocirurgia do Centro Hospitalar Universitário do Porto (CHUP) continua a estar na vanguarda da jornada tecnológica e da inovação, garantindo o acesso da população que serve aos melhores cuidados de saúde. É o primeiro hospital público em Portugal a instalar a tecnologia de ablação tumoral por laser para indicações oncológicas e tratamento de epilepsia e o único hospital público no Norte do país a utilizar um sistema de 2D/3D mais integrado com todo o equipamento operatório para trazer a melhor experiência e prática cirúrgica à equipa de neurocirurgia permitindo operar a coluna e o crânio ao comando de um GPS.
Esta é uma tecnologia de navegação que dá mais segurança e reduz complicações e exposição à radiação, permitindo obter imagens 3D em tempo real e em vários planos, no bloco operatório, e eliminando a necessidade de um controlo de raio X antes da cirurgia. Permite também a utilização de imagem durante os procedimentos cirúrgicos de crânio e coluna, para confirmação da melhor prática cirúrgica e segurança dos procedimentos. Desta forma, é possível realizar uma cirurgia minimamente invasiva e, consequentemente, mais segura e rápida, trazendo benefícios para os doentes, os médicos e o hospital.
Além disso, este é o único hospital do país a instalar a tecnologia de ablação tumoral para indicações oncológicas e tratamento de epilepsia por laser. Com este sistema, a energia do laser é aplicada na área alvo através de uma cânula de fibra ótica colocada no alvo esterotaxicamente, uma forma minimamente invasiva de intervenção cirúrgica que usa um sistema de coordenadas tridimensional para localizar pequenos alvos no interior do corpo e para executar nestes alguma atividade. Ao fornecer a luz através da cânula, a temperatura na área alvo começa a subir e o tecido mole indesejado é destruído.
Este é um procedimento guiado por ressonância magnética (RM), o que permite a realização de uma ablação em tempo real precisa e controlada e de uma forma minimamente invasiva. Devido a isto, os doentes costumam regressar a casa no dia seguinte, sendo que as cicatrizes são mínimas face a um procedimento aberto.
O CHUP alia o know-how do serviço com a capacidade instalada para diferenciar a oferta cirúrgica de coluna e crânio. «Somos o único hospital público do país que oferece uma solução integrada aos doentes, com tecnologia e software específicos para cada necessidade cirúrgica», explica Alfredo Calheiros, neurocirurgião e Diretor do Serviço de Neurocirurgia do CHUP, acrescentando: «Desta forma, garantimos o acesso de todos os doentes a tecnologia que permite a realização de procedimentos mais eficientes, seguros e com menos tempo de recuperação».
O objetivo desta aposta na inovação é para o hospital uma forma de beneficiar todos os envolvidos. «Este é um investimento que temos feito para beneficiar doentes, possibilitando uma recuperação mais rápida e dando-lhes maior segurança, ajudar os médicos, uma vez que esta medicina de precisão se traduz em maior segurança e rapidez, e o hospital, que, consequentemente, regista um aumento da eficiência na gestão de recursos, nomeadamente os internamentos pós-operatórios. Tudo isto mostra a importância do investimento em saúde no sector público, garantindo o acesso de todos os doentes a procedimentos mais eficientes e seguros», congratula-se Alfredo Calheiros.
Desde que começou a apostar na inovação da tecnologia utilizada, o CHUP conta já com várias vitórias que o transformam num exemplo a seguir na área da neurocirurgia em hospitais públicos, permitindo responder a diferentes indicações neurocirúrgicas de crânio e coluna procurando a maior segurança, experiência para o doente e resultados clínicos. Além disso, as doenças da coluna vertebral já são a segunda principal causa de absentismo laboral, tendo-se tornado, ao longo das últimas décadas, na principal causa de incapacidade em todo o mundo. Com esta aposta em tecnologia que permite tratar de forma minimamente invasiva doenças da coluna vertebral e crânio, o CHUP contribui assim para uma população mais ativa e com mais qualidade de vida.