“A Mulher da Maia” retrata a Senhora e a Lavradeira Rica
O Clube Unesco da Maia convidou o Maia Hoje para o lançamento do livro “A Mulher da Maia- elites no feminino: a Senhora e a Lavradeira Rica (final do século XIX – Início do século XX)”, que reúne o contributo de 22 autores, entre os quais Lourdes Graça, coordenadora e autora da obra.
Trata-se de uma obra focada no estudo de oito microbiografias, de oito senhoras nascidas na Maia ou que fizeram desta a sua terra, sendo estas Ângela Adelaide de Calheiros e Menezes; Carolina Michaellis de Vasconcelos; Catarina Justina Bellocq; D. Maria Peregrina de Sousa; Guilhermina Suggia; Maria da Conceição de Lemos Pereira de Lacerda Sant´Iago Magalhães; Maria Margarida de Oliveira Pinto e Rita de Moura Miranda Magalhães.
Segundo Lourdes Graça «este volume aborda condições económicas e sociais específicas da Senhora e da Lavradeira Rica, posicionadas deste modo, no topo da pirâmide social, no lado oposto ao da mulher do campo estudada no primeiro volume». É também estudado o contexto geográfico e administrativo que faziam do município a terra de eleição da burguesia portuense e o tema da emancipação no contexto da educação e igualdade de género.
A apresentação decorreu no dia três de dezembro, na sede do Clube Unesco da Maia e ficou a cargo de Emília Santos, vice-presidente da Câmara Municipal da Maia. Para a autarca, este livro é «muito valioso, com uma ilustração belíssima, com bons documentários» acrescentando que é «constituído por 22 autores que tiveram oportunidade de colher histórias, de colher retratos e algumas imagens que estavam guardadas por algumas famílias deste concelho».
Lourdes Graça não nasceu na Maia, no entanto é residente no nosso concelho já há alguns anos e considera que as mulheres da Maia são «fora de série». Já Emília Santos refere que «as mulheres da Maia são genuínas, trabalhadoras e eu identifico-me com uma mulher da Maia (…) são transparentes, lutadoras e guerreiras».
Muitos dos autores pertencem ao Clube Unesco da Maia e segundo Adalberto Costa, presidente da direção, «o Clube Unesco da Maia está a trabalhar e, nesta temática da Mulher da Maia, este segundo volume, não sendo um trabalho autónomo, acaba por ser o seguir do trabalho feito no primeiro volume».
Raúl Cunha da Silva, presidente da assembleia, também marcou presença neste momento e contou ao Maia Hoje que «este livro procura investigar aquilo a que nós chamamos, memória dos tempos idos e aborda estas pessoas que viviam ou trabalhavam na Maia, de qualquer forma deixaram nome cá na Maia».