A retrospetiva de 2022, a confiança em 2023
Artigo escrito por Emília Santos, vice- presidente da Câmara Municipal da Maia e vereadora da Educação e Ciência, Saúde, Desenvolvimento Social e Demografia
Com o novo ano a aproximar-se, olha-se para o caminho que se percorreu nestes quase 365 dias e é inevitável ter um sentimento de ambiguidade. Por um lado, a satisfação de se ter conseguido lidar, com sucesso, com o período de regresso à “normalidade” social após dois anos de confinamentos, com a instabilidade provocada pela guerra na Ucrânia e, ao mesmo tempo, ter-se tido a capacidade de abraçar novos projetos de grande impacto no território. Por outro, o entusiasmo e a expetativa perante o muito que se quer fazer para elevar, ainda mais, os índices de qualidade das condições e dos serviços que proporcionamos à comunidade maiata, designadamente, nas áreas da Saúde e Bem-estar, da Educação e do Desenvolvimento Social.
O ano de 2022 começou muito marcado pelo combate à COVID-19, tendo na promoção do processo de vacinação o seu principal eixo estratégico. A Maia afirmou-se, como em tantas vezes, um exemplo a seguir a nível nacional, com a abertura de mais um Centro de Vacinação Covid-19 de excelência, no centro da cidade, que permitiu uma aceleração da vacinação à população e, com isso, controlar os níveis de incidência do vírus no concelho.
O sentido de compromisso para com a promoção da saúde e bem-estar dos maiatos e das maiatas esteve presente em outras iniciativas e programas realizados ao longo do ano, e inspirou também a decisão de se investir em novas unidades de saúde de proximidade. Foi em junho deste ano que se apresentaram publicamente os projetos das Unidades de Saúde de Milheirós e de Pedras Rubras (cujas obras serão lançadas a concurso no início do novo ano), bem como o Parque de Saúde e Bem-Estar da Maia, que reforçarão a capacidade de atendimento e prestação de cuidados de saúde de proximidade, introduzindo-se fatores de inovação e de prevenção que colocarão o concelho na linha da frente no que concerne às boas práticas de uma política de saúde adaptada às exigências e necessidades atuais e futuras.
Não desistiremos, note-se, de provar à ARS-N e à administração central a necessidade e urgência de criar um novo equipamento de saúde de proximidade para responder à população da zona nascente da Maia.
E se, na Saúde, nos preparamos para o processo de transferência de competências que chegará em 2023 (como acontecerá, também, na Ação Social), na Educação, esse processo teve o seu arranque a 1 de abril deste ano. Um processo muito exigente e complexo, que colocou nas mãos do município grandes responsabilidades ao nível da gestão de recursos humanos – mais de 500 Assistentes Operacionais e Técnicos das escolas passaram a ser trabalhadores municipais – e da gestão das infraestruturas. Exigentes e ambiciosos como somos, há uma enorme vontade em melhorar as condições das escolas dos 2.º e 3.º ciclos do Ensino Básico e do Ensino Secundário, o que será concretizado com planeamento rigoroso e de forma progressiva em benefício de alunos e professores. Por coincidência, a assunção das competências na área da Educação aconteceu no preciso momento em que o município da Maia culminava um dos mais significativos e emblemáticos investimentos nesta área: a instalação de painéis interativos de última geração em todas as salas dos Jardins de Infância e do 1.º Ciclo. Quase 300 painéis, acompanhados por computadores e a disponibilização de conteúdos educativos digitais, com o claro objetivo de reforçar a estratégia de transição digital no ensino que, é justo lembrar, é uma realidade no nosso concelho há 15 anos.
A nível social, a guerra na Ucrânia veio trazer uma grande instabilidade internacional com repercussões a vários níveis, em consequência da crise económica que se instalou. Destaco, com orgulho, a manifestação de enorme solidariedade e generosidade da nossa comunidade para com a Ucrânia, materializada através da Missão “Sorrisos de Esperança”, que levou toneladas de bens para aquele país e trouxe dezenas de homens, mulheres e crianças a viverem no nosso seio, onde encontraram paz, segurança e tranquilidade.
Esta consciência social esteve particularmente presente na ação política, como se confirma através do reforço do Programa Municipal de Emergência Social focado no apoio às despesas com habitação, saúde e bens alimentares, que chegou, em 2022, a centenas de famílias maiatas, num total aproximado de 1.000.000,00 euros. Com este programa, conseguiu-se dar apoio para suportar os aumentos dos custos das rendas do mercado privado de habitação, das prestações do crédito à habitação, da água, da luz e do gás, assim como dos medicamentos e dos bens alimentares. Ao mesmo tempo, assumiu-se um investimento sem precedentes no apoio às Respostas Sociais.
Tudo isto foi feito num ano complexo e desafiante, com base num trabalho em rede com os mais diversos atores e instituições do concelho, e sempre, sublinhe-se, com o valiosíssimo e indispensável envolvimento e apoio incondicional do Presidente da Câmara, em linha com o seu pensamento no futuro. O ano de 2023 adivinha-se difícil, mas há confiança e determinação inabaláveis para concretizar os planos e os projetos que reforçarão a qualidade de vida dos nossos concidadãos.