Águas Santas vai investir na criação de uma Universidade Sénior
Fernando Miguel Ferreira dos Santos, conhecido por Miguel Santos é o actual presidente eleito da freguesia de Águas Santas. Com 45 anos, este socialista aquisantense vai no seu segundo mandato, podendo ainda candidatar-se a um terceiro. O passado, presente e futuro da freguesia foram motivo para uma entrevista que hoje transcrevemos.
MaiaHoje (MH): Nasceu aqui em Águas Santas?
Miguel Santos (MS): Sim, exatamente, foi onde toda a vida vivi, inclusive infância. Andei na Escola dos Moutidos, na escola básica, na escola secundária, só na faculdade é que fui para o Porto, mas sempre a viver em Águas Santas.
MH: O que é que estudou? O que é que tinha planeado para o futuro?
MS: Não tinha planos, prova disso é que depois de terminar o ensino secundário entrei em Psicologia e desisti. Entrei e estive durante alguns anos na atividade laboral, só alguns anos mais tarde é que fiz Ciências da Educação, que não exerço.
MH: Como é que chega à política?
MS: Fui convidado em 2005 para fazer parte de uma lista de apoio ao então presidente da Junta, o senhor Manuel Correia, saudoso autarca durante 19 anos e depois apoiei o seu sucessor. Em 2009, um colega, o Marco Martins, que é o Presidente da Assembleia, que já foi vereador na Câmara Municipal da Maia, um dia à saída de uma Assembleia disse «tu é que davas um bom presidente de junta, porque és daqui, vives ao pé da junta, conheces as pessoas, conheces as realidades, muitas vezes trazes aqui temas atuais», perante isto, eu ri-me durante meia hora, mas a verdade é que ficou aqui aquele bichinho e o processo foi-se fazendo. Em 2013 fui candidato pela primeira vez pelo Partido Socialista, perdi por uns escassos 170 votos, fiquei nesse mandato como presidente da Assembleia de Freguesia, como oposição, e em 2017 candidato-me pela segunda vez e aí sim, consegui recuperar a junta de freguesia para o Partido Socialista.
MH: Há pouco estava a falar do senhor Manuel Correia, foi uma pessoa importante para a freguesia?
MS: Muito, muitíssimo importante. O senhor Correia era um homem muito culto. Um homem que, não tendo nascido em Águas Santas, aqui viveu desde muito cedo e, de facto, tinha uma visão muito bem definida, sabia o que queria, implementou aquilo que se espera de um presidente de proximidade, o contacto com as pessoas. O senhor Manuel Correia, quando eu o conheci, e já com os seus 60 anos, não tinha carta de condução, andava a pé e isso deu-lhe uma vantagem muito grande, porque toda a gente o abordava, com essa idade tirou a carta de condução, andava de carro, mas nem assim perdeu esta marca inquestionável e que eu tentei recuperar, que é realmente a proximidade, que é receber toda a gente. As juntas de freguesia podem, eventualmente, não resolver até 90% dos pedidos que nos são colocados, mas é nas juntas de freguesia que as pessoas têm que ver o espaço para colocar as questões, para encaminhar os problemas, para dar dicas e isso o Correia fazia muito bem, foi uma pessoa muito importante, foi uma pessoa que se debateu junto da Câmara Municipal para termos uma sede da Junta de Freguesia nova. Hoje temos a maior junta de freguesia do concelho e muito graças a ele, à gestão dele, permitiu que, com o apoio inequívoco da Câmara Municipal, a Junta tivesse capacidade financeira para a comparticipação da obra. Por isso mesmo, e com muito orgulho, que hoje temos o segundo maior auditório do concelho da Maia, que é o auditório Manuel Correia. Há uma rua, próxima da casa onde ele viveu, onde está situada a Escola Básica da Pícua, que tem o seu nome e era uma das paixões do senhor Correia. O senhor Correia interagia muito com as escolas, era realmente um homem muito altruísta, astuto, culto e, por isso, via na aprendizagem e no ensino, o garante do futuro das gerações e da humanidade.
MH: Entra para a política pela mão do senhor Manuel Correia…
MS: Completamente. Eu tive a sorte de, embora não tenha estado a trabalhar com ele, o acompanhar em dois feriados do 25 de abril, onde o senhor Correia, de manhã até à noite, visitava todas as coletividades, para ver o que é que faziam à volta do 25 de abril, a maneira como comemoravam, presenteava os atletas com medalhas alusivas à data e, aí sim, eu percebi que isto realmente era o caminho. É isto que as pessoas esperam de um autarca de proximidade, é ter esta pessoa sempre presente, poder cativá-las, poder ajudá-las também. Recordo agora, nós temos um regulamento de apoio ao associativismo que é do tempo do senhor Correia, sobre o qual não foi necessário, ainda, fazer qualquer tipo de alteração. Está muito bem feito, muito atual, e que continuamos a seguir no apoio que damos às nossas coletividades, que são quase trinta. Somos a capital do associativismo, temos cá o monumento ao associativismo, precisamente por essa razão.
MH: Já no segundo mandato, o que o move enquanto presidente de Águas Santas? É esta proximidade para com as pessoas, coletividades, diria também empresas? É isso que o move dentro da política?
MS: É isso mesmo! As pessoas têm muito a ideia de distância dos autarcas e ainda hoje há muita gente que vem cá à junta e pergunta se pode marcar uma audiência com o presidente da Junta. Desde que sou presidente que isso acabou, não tem que marcar audiência nenhuma. Eu estou cá, eu recebo e falo com quem vem cá, independentemente dos assuntos que os tragam cá. Isso é tão frustrante, por não podermos resolver integralmente os problemas deles, como é motivador porque temos, consequentemente, que ir atrás de respostas e soluções distintas. Cada pessoa traz o seu problema, traz a sua situação, expõe o seu caso e nós temos de fazer esta ginástica constantemente, de trabalharmos em rede com as entidades que estão ao nosso redor. Hoje em dia, com muito orgulho, temos um Grupo de Apoio Social da Freguesia de Águas Santas (GASFAS), criado pelo anterior presidente e que eu tive a sorte e a capacidade de o aumentar este grupo, convidando cada vez mais entidades parceiras. Falamos da Escola; da Segurança Social; da Polícia; dos Bombeiros; da Conferência de Santa Maria do Ó, que é o nosso parceiro por excelência de apoio social direto às pessoas, dos Escuteiros, do Centro de Saúde. Realmente este Grupo foi aumentado e dotamo-lo de uma capacidade de incrementação orçamental para podermos responder, efetivamente, a pedidos que nos fazem. Mediante critérios muito bem definidos, atribuímos apoios como óculos, próteses dentárias, medicação e outros. Não conheço, nem nos nossos parceiros (que são entidades que estão habituadas a fazer parte dos mais diversos prestadores sociais), quem tenha este grupo.
MH: Recuando até à noite de 26 de setembro de 2021, ou seja, às Eleições Autárquicas, percebemos que Águas Santas teria, na Maia, o único presidente de Junta Socialista. O que terá contribuído para tal?
MS: Não tenho dúvida que esta marca vem também já de trás, do tempo do senhor Manuel Correia, que era socialista, militante ativo e que sempre teve ótimas relações com a Câmara da Maia, de resto como eu também tenho, mas efetivamente estamos localizados numa zona socialista. De facto, nas Eleições Autárquicas, em que ganhamos para a Junta de Freguesia, ganhamos também para a Câmara da Maia. Creio que tenha sido a única freguesia em que o candidato apoiado pelo Partido Socialista foi mais votado que o atual presidente. Nas próprias Eleições Legislativas, de 30 de janeiro, a Maia votou, maioritariamente, PS, Maia concelho, mas Águas Santas foi a freguesia que mais diferença teve de votação e de consolidação do Partido Socialista. Eu acho que as pessoas, os eleitores são muito inteligentes e reconheço que muitos dos nossos eleitores estão muito contentes com o trabalho da maioria PSD-CDS, na Câmara da Maia, e por isso mesmo lhes reconhecem o voto. Mas enfim, como conseguem diferenciar, e como passaram oito anos nas mãos do PSD, creem que não foi de todo um período de desenvolvimento da freguesia, creio também que tenha sido isso que os levou a mudar novamente e a continuar a apostar no Partido Socialista, cá em Águas Santas. O que é um desafio, de facto, que em 10 freguesias sejamos os únicos. Somos resistentes, como chamam os meus colegas de partido.
MH: Passando ao cerne da entrevista, o Passado, o Presente e o Futuro da freguesia, sabe dizer-me como era o passado mais longínquo de Águas Santas? Há certamente muitas diferenças.
MS: Águas Santas, há muito pouco tempo a esta parte, era uma freguesia fundamentalmente rural, mas com uma vantagem, que era o facto de estar aqui mais colada ao Porto. Tanto é que eu, as pessoas da minha geração, a geração dos meus pais e a dos meus avós, rapidamente e mais facilmente se deslocava ao Porto, do que ao centro do Concelho. Desde logo porque indo ao centro do concelho, não tinham capacidade de resposta no que toca a transportes públicos, o que continua a ser diminuta. Já existe, mas, por outro lado, para chegar ao Porto, tinham mil e uma soluções. Tínhamos autocarros da STCP e das mais diversas empresas de camionagem e o comboio. Hoje temos o comboio que passa aqui em Águas Santas e que nos leva até Campanhã e à estação de São Bento, em cerca de dez minutos. Por isso, uma parte de Águas Santas cresceu, fundamentalmente, pelos serviços que prestava ao Porto. Tínhamos também muita gente ligada ao pão e ao leite que levava a pé esses produtos até à cidade do Porto. Obviamente que a realidade de hoje não é essa, mas ainda assim podemos dizer que somos uma cidade dormitório e, por isso, durante muito tempo Águas Santas não se afirmava como uma freguesia dinâmica. Eu creio que com a nossa vinda para cá, isso mudou qualquer coisa e há números que assim o dizem. Como já referi anteriormente, nós temos o segundo maior auditório do concelho da Maia, e .nós em 2018, no meu primeiro ano de mandato, realizamos mais atividades do que nos oito anos anteriores, e com taxas de participação muito perto dos 100%. As pessoas estavam sedentas de ver na sua terra atividades, por exemplo, culturais.
MH: Pegando no facto de Águas Santas estar próxima da cidade do Porto, há agora mais habitantes que há uns anos atrás?
MS: Bom, há mais habitantes, se bem que os Censos de 2021 mostra-nos aqui uma pequena queda de cerca de 500 habitantes. Houve, sim esse pequeno decréscimo, mas isso depende de vários fatores como a emigração ou migração, tem a ver com a proliferação de zonas que estão a ficar desertas, zonas mais antigas e, obviamente, pela própria taxa de natalidade, que se reflete em todo o país e aqui também se refletiu. Agora, é obvio que se compararmos há 20 anos atrás, sim, somos mais. Águas Santas sempre foi a freguesia mais populosa do concelho da Maia.
MH: E tudo isso requer a construção ou requalificação, por exemplo de escolas…
MS: Completamente, somos a freguesia que tem o maior agrupamento de escolas, com cerca de três mil alunos. O crescimento, a proliferação do movimento associativo tem a ver com isso também, quanto mais gente, mais capacidade há de crescimento. Cá em Águas Santas, fazem desporto à volta de mil e quinhentas crianças, nas diferentes coletividades.
MH: Do que está no Passado, até aos dias de hoje, como é que considera o percurso de Águas Santas?
MS: Não somos hoje a maior freguesia porque houve uma agregação de freguesias no centro da Maia, o que fez com que passássemos a ser a segunda maior. Este crescimento tem sido ainda um crescimento sustentável, se bem que nós notamos que, de manhã para sair de Águas Santas e à noite para voltar, as vias estruturantes rodoviárias já são muito fustigadas. Se de facto eu tivesse de apontar algo que correu menos bem nestes últimos anos, é isso mesmo, não termos assistido à construção de novas redes viárias estruturantes. É de facto com alguma pena que, hoje em dia, para irmos ao centro da Maia, ainda termos que ir por caminhos quase romanos, enfim, não se coaduna com os dias de hoje. Via isso como uma falha, ou seja, temos um crescimento sustentável sob o ponto de vista de habitantes por metro quadrado, não somos uma metrópole completamente fustigada, temos, a par deste crescimento nalgumas zonas, uma zona rural ainda acentuada e alguns espaços verdes.
MH: Essas estruturas rodoviárias fazem parte de projetos que tem agora em mãos?
MS: Eu podia dizer que sim, mas não. Não porque nós não temos competências legais nem capacidade financeira para construir uma rua, por exemplo. Temos de nos pugnar junto do senhor presidente da Câmara e, por sua vez, o senhor presidente da Câmara junto da Área Metropolitana, para a criação de novas vias e a reabilitação das já existentes.
MH: E, concretamente, que projetos é que tem de momento?
MS: Os projetos que a freguesia tem e que são da sua competência, desde que eu entrei para cá, são por exemplo, uma estratégia de apoio social muito bem definida. Hoje em dia, através do nosso parceiro social mais de terreno, a Conferência de Santa Maria do Ó, como já referi, chegamos a cerca de 150 famílias. Entregamos cabazes alimentares, custeados em parte por nós. Desde o início da pandemia, que incluímos nesses cabazes frangos e desde fevereiro de 2021, que a junta os paga integralmente. Mantemos esse apoio, além de que suportamos os gastos de farmácia dessas famílias, todos os meses, e estamos a falar de um número muito expressivo. Estamos a falar de um investimento de dois mil/ dois mil e quinhentos euros por mês, que a junta de freguesia suporta. Esta é de facto uma estratégia, algo que está na nossa esfera de atuação, que nós fazemos e nunca nos arrependemos. Certamente que não chegamos a toda a gente, mas às que chegamos, sabemos que fazemos a diferença.
No nosso primeiro mandato criámos uma gala, a Gala Prestígio Águas Santas, que é um evento que homenageia Aqui Santenses, que se destacam nas mais variadas atividades, não só desportivas ou culturais, mas por exemplo empresariais. Quando nós temos conhecimento destes feitos, sinalizamos estes casos, atribuímos um voto de louvor nas Assembleias de Freguesia e, muitas vezes, votos de louvor que são apresentados por outros partidos, depois realiza-se uma gala anual onde esses homenageados são chamados e onde são reconhecidos pelo feito que fizeram e é-lhes atribuído um troféu de prestígio. Este ano já se vai poder realizar novamente e esperamos ter cá os homenageados de 2020 e 2021, pois nesses anos não foi possível a realização do evento.
Temos ainda a estratégia de dinamizar culturalmente Águas Santas, o que tem sido uma aposta ganha, uma vez que temos atividades culturais mensais, no nosso auditório. Mas também temos em mãos a preparação da já terceira edição do Águas Santas Fest. Fizemos este festival em 2019, um festival que encerra o verão. Fizemos com a inclusão de todo o movimento associativo, num determinado sítio, com um palco ótimo, que a Câmara nos patrocinou. Tivemos cá os Perfume, por exemplo, além de todas as coletividades que tinham algo para mostrar e depois tínhamos stands por cada associação, onde podiam mostrar aquilo que fazem, e a maior parte delas na vertente gastronómica. Deste modo, puderam também ganhar rendimentos nesse festival. Interrompemos devido à pandemia, o ano passado voltamos, mas sem as coletividades. Tivemos cá o Miguel Araújo, porque tentamos convidar os artistas da nossa terra. Esteve cá ainda a conterrânea Rita Rocha. Em setembro será a nova edição, estará presente o Nuno Ribeiro, que andou na escola Secundária de Águas Santas, vamos ter também o João Só, e em parceria com a Rádio no Ar, vamos ter uma tarde de música mais popular.
MH: Falou da parte mais social, cultural. Para que outras áreas tem projetos, neste momento?
MS: Nós temos uma componente associativa muito forte e as nossas associações estão ligadas, na sua maioria ao desporto, onde desenvolvem as suas atividades. A Junta de Freguesia sempre as ajudou. Hoje em dia, ajuda um pouco mais, não só financeiramente, mas temos também o desafio lançado a cada uma delas, de sempre que têm um projeto, por exemplo um encontro, um torneio ou até mesmo uma atividade com um objetivo solidário, a Junta de Freguesia estar sempre por trás, a dar o seu apoio.
Quanto a projetos mais diretos, por exemplo, atividades extracurriculares nas escolas, tudo isso é responsabilidade da Câmara. Resta-nos a nós apoiar e estar presentes nessas decisões e reuniões de trabalho e apoiarmos, evidentemente. Temos cinco escolas e optamos por dar um apoio mais direto às diferentes associações de pais para que possam, por eles, criar atividades junto das crianças.
MH: Passando agora a projetos futuros, o que é que ainda falta fazer em Águas Santas?
MS: No início do primeiro mandato quisemos desenvolver, aqui no nosso edifício, uma Universidade Sénior. Este projeto foi barrado pela questão da Covid-19 e ainda não tivemos a capacidade de retomar as negociações. É uma coisa que está na calha e que falta fazer. Por exemplo, nós temos uma população mais experiente, muito ativa e, hoje em dia, as pessoas reformam-se e não ficam em casa apenas a cuidar dos netos ou a fazer tricô. São muito mais ativas do que aquilo que eram há 20 ou 30 anos atrás e, por isso mesmo, espaços de convívio sénior com esta vertente de novos conhecimentos, faz-lhes muito bem. Quando me inteirei com o que é uma Universidade Sénior vi, por exemplo, uma pessoa de 60 anos a aprender línguas, literatura, pintura e é uma coisa absolutamente fantástica, vindo a desmistificar a ideia que temos dos mais velhos.
Hoje estamos ainda muito dependentes por força legal, da Câmara Municipal da Maia e é com eles que nós estamos sempre a pugnar, seja por arranjos de estradas, seja para a construção de novos jardins, parques caninos. Inauguramos agora um recentemente que, por sinal é o maior do concelho. Faltam-nos muitas coisas, mas aí teremos de ver junto da Câmara Municipal como parceira, porque não é tudo do domínio da Junta.
MH: No caso da Universidade Sénior, já é do domínio da Junta?
MS: Neste caso sim, temos essa capacidade, temos essa parte logística, aliás é algo que acontece à semelhança de outras juntas de Freguesia.
Depois, outro assunto que também é inteiramente do domínio da Junta é o cemitério Paroquial. Olhamos sempre para o nosso cemitério, há um projeto novo de alargamento, que são cerca de 700 mil euros de obra, um valor muito considerável. E algo que podemos fazer, sem depender de outros, é a remodelação da Casa Mortuária, vamos fazê-lo também e pretendemos começar ainda este ano. São coisas que dizem muito às pessoas e que nos exige respostas adequadas e atuais.
MH: O facto de estar mais longe do centro do concelho é algo que influencia no desenvolvimento da freguesia?
MS: Há quem diga que sim, eu posso achar que sim, mas quero contrariar isso. De facto, achamos que por vezes a visão para Águas Santas como uma freguesia periférica não é a mesma para uma freguesia do centro da Maia, mas contrariamos isso e trabalhamos muito bem e muito assertivamente com a Câmara Municipal, para esbater essa ideia.
MH: E para o sr. Presidente, Águas Santas é…?
MS: Águas Santas é uma freguesia com um potencial tremendo. Grande parte da freguesia é banhada pelo rio Leça, temos um potencial turístico enorme, de modo que, vive-se cá muito bem. Há diversas características que nos diferenciam, por exemplo, se formos aos quatro cantos da freguesia, cada um deles é diferente, todas as pessoas são diferentes, mas, no fundo, todas elas são muito ligadas à terra e é isso que nos define também.
Todos nos identificamos como Aqui Santenses, e obviamente como maiatos, como portugueses e pessoas do mundo, mas temos aqui esta particularidade que é sermos de Águas Santas, e o orgulho de termos o único monumento nacional da Maia, que é o Mosteiro de Águas Santas. São estas pequenas particularidades que nos fazem sentir muito vaidosos.