Alfredo Maia questiona governo sobre transferência de doentes
Alfredo Maia, maiato e deputado da CDU na Assembleia da República questionou o governo sobre a transferência de utentes do SNS para hospitais privados.
Segundo o deputado, ao longo dos últimos meses, o Hospital Privado Senhor do Bonfim tem recebido doentes cujo Serviço de Referência é o Centro Hospitalar do Tâmega e Sousa (CHTS), sempre que este tem vagas insuficientes, apesar de serem conhecidas dificuldades na articulação entre profissionais do sector privado e do SNS.
No documento direcionado ao Ministro da Saúde, Alfredo Maia começa por relembrar o incêndio que ocorreu nas enfermarias do CHTS, o que levou à transferência de 27 doentes para o hospital privado.
Esta ação «é questionável, desde logo, porque poderá prejudicar a continuidades de cuidados prestados pelos Médicos do Serviço de Psiquiatria do CHTS (…) o Hospital Senhor do Bonfim tem recebido doentes cujo Serviço de Referência é o CHTS, sempre que as vagas neste são insuficientes, e são conhecidas insuficiências e dificuldades na articulação entre profissionais do sector privado e do SNS».
Desta forma, o partido faz as seguintes questões:
«1 – Foram efectuados contactos com Hospitais do SNS e aferida a sua disponibilidade para acolherem doentes previamente internados no CHTS? Qual o resultado dessas diligências?
2 – Tomámos conhecimento de que o Hospital de Magalhães Lemos recebeu doentes previamente internados no CHTS, que não foram transferidos para o Hospital do Bonfim. Por que razões foram apenas estes, e não a sua totalidade, transferidos para o Hospital de Magalhães Lemos?
3 – Sabendo que valor diário de internamento, por doente, praticado no Hospital Senhor do Bonfim é superior ao praticado em Hospitais do SNS, qual a diferença de valores e qual o reflexo desta decisão em termos financeiros?
4 – Com o início do ano de 2024, e considerando, por um lado, que o CHTS tem idoneidade formativa para receber Internos de Formação Especializada em Psiquiatria, mas, por outro, que o Internamento do seu Serviço de Origem está inoperante e os doentes respectivos se encontram internados numa instituição privada, há a possibilidade de estes trabalhadores irem trabalhar a custo zero para uma instituição privada (o Hospital Senhor do Bonfim, no caso)? », questionaram a terminar.