CICCOPN alicerça formação dos PALOP
CICCOPN (Centro de Formação Profissional da Indústria da Construção Civil e Obras Públicas do Norte) e as empresas Casais, Mota- Engil e Teixeira Duarte assinaram um protocolo, que tem como objetivo qualificar jovens provenientes dos PALOP.
Ontem, decorreu a apresentação do protocolo assinado entre as três construtoras portuguesas líderes nacionais na área de engenharia e construção e o CICCOPN que prevê a instalação, em comodato gratuito, de contentores dormitórios nas instalações do CICCOPN, de modo a facilitar a formação de recursos humanos para o setor.
Carla Vale, presidente deste centro de formação explica detalhadamente qual o propósito deste projeto de cooperação dizendo que «visa a formação profissional de alunos oriundos dos PALOP, em que as empresas se comprometem a ceder gratuitamente contentores dormitórios para que os formandos possam, com toda a segurança e fora do seu país, fazer a formação e terem condições dignas».
Por seu lado, Rui Valente, diretor do CICCOPN, referiu que este protocolo irá permitir equipar as instalações com mais dois blocos dormitórios, com a capacidade para 32 camas. No fundo, o objetivo destes cursos protocolados com os PALOP, é munir estes países com mão de obra qualificada.
Presentes estiveram António Carlos Rodrigues, presidente da Casais; Miguel Boavida, membro do Conselho de Administração da Mota-Engil e Manuel Teixeira Duarte, presidente do Conselho de Administração da Teixeira Duarte, empresas que disponibilizaram os meios para o alojamento que irão assegurar a formação prática destes alunos. Estes responsáveis referiram ter atividade e relação com os PALOP e a obrigação de retribuir com aquilo que eles nos proporcionam e serem agentes de transmissão de interesse comum e de riqueza.
António Rodrigues refere ao Maia Hoje «temos consciência que é muito difícil conseguir identificar pessoas que queiram trabalhar no sector da construção e que sejam portuguesas. Temos que trazer pessoas de fora. A imigração ilegal é muitas vezes por falta de soluções estruturadas e legais. O interesse qui tem a ver com a relação com os PALOP. Temos atividade nestes mercados e temos que retribuir com aquilo que eles também nos proporcionaram. Vamos acabar por levar conhecimento a esses mercados. Estamos a ser também agentes de transmissão de conhecimento, mas também de riqueza. Tal como os portugueses estão a trabalhar lá fora e enviam as remessas do que ganham, também estes que vão, com certeza, estarão a ajudar as famílias no país de onde vieram» e adita «temos que ter consciência que nos próximos anos vamos ter um desafio de execução de todo um plano PRR e sem recursos humanos podemos ter os materiais, o dinheiro, mas não vamos conseguir concretizar. Esta é uma pequena amostra do que realmente necessitamos, e que hajam muitas mais iniciativas iguais».
Manuel Reis Campos, presidente da AICCOPN (Associação dos Industriais da Construção Civil e Obras Públicas) também marcou presença neste evento e destacou algumas das fragilidades no setor da construção civil. Para o presidente «há falta de mão de obra qualificada, tendo em conta a necessidade atual de 80 mil profissionais e a subida abrupta das matérias primas». Com a assinatura deste protocolo, o responsável vê soluções para resolver estes problemas com «a atração de jovens; reorientar a mão de obra; promover a mobilidade transnacional e trazer para cá trabalhadores que estão nas nossas empresas associadas, não dispensando outras medidas governamentais necessárias».
Por parte da autarquia, esteve presente Paulo Ramalho, vereador com o pelouro da Competitividade Económica e Relações Internacionais que destacou a falta de mão de obra e qualificação no setor, sendo que «no CICCOPN é possível formar em recursos humanos, com essas competências, capazes de darem essas respostas às empresas de construção civil que tanto delas necessitam, para que possamos continuar a criar riqueza e acima de tudo, contribuir para que Portugal seja um país mais próspero».