Cinquentenário do 25 de Abril – O que pode a Maia esperar após 50 Anos de Democracia?
Este mês assinala-se um marco importantíssimo para Portugal. O cinquentenário do 25 de Abril não deverá ser apenas celebrado como as “bodas de ouro” da Revolução dos Cravos, mas sim como uma vitória para a democracia, para a liberdade e, acima de tudo, para todos os portugueses – sem exceção.
Embora seja indubitavelmente importante celebrar os 50 anos do 25 de Abril de 1974, convém realçar que o processo de democratização foi sequencial, tumultuoso e complexo. Apenas a 2 de Abril de 1976 foi aprovada a Constituição da República Portuguesa pela Assembleia Constituinte marcando, efetivamente, o início de um verdadeiro regime democrático.
Há ainda um pormenor muito relevante que fortalece ainda mais estes sólidos 50 anos de democracia: o período obscuro do Estado Novo durou 48 anos. O que é que isto significa? Significa que para além de celebrarmos o marcar de cinquenta anos prósperos de democracia e liberdade, celebramos também porque constitui um símbolo de evolução, mudança e superação daquilo que foi a ditadura do Estado Novo. Podemos hoje afirmar que temos mais anos de democracia do que de ditadura: a Liberdade venceu!
Vamos agora discutir um pouco o panorama da nossa Maia, uma cidade exemplar, pautada pela liberdade e que tanto prosperou nestes 50 anos de democracia. A existência de alguns problemas e aspetos a melhorar na dinâmica urbana da Maia é inegável, e todos nós, Maiatos, devemos usar e abusar dos direitos adquiridos após o 25 de Abril para tentar solucionar estes problemas.
Sendo a Maia um município bastante vasto, um dos problemas mais frequentemente abordados e que grande parte dos munícipes sente no seu quotidiano prende-se com a coesão territorial dentro do próprio município. A Maia apresenta uma panóplia de contextos e estilos de vida, distribuídas por diversas freguesias, e essa variedade faz da Maia uma cidade única. No entanto, dificulta também a facilidade no acesso a diversos serviços, como saúde (hospitais, clínicas, etc.), mobilidade, restauração e comércio. Nas regiões menos urbanizadas da Maia, os habitantes sentem essa falta de acessos e encaram este problema, indubitavelmente preocupante, como uma prioridade a ser resolvida num futuro próximo.
Entre as várias medidas passíveis de serem aplicadas para tentar assegurar esta necessária coesão no município da Maia, está a expansão da oferta de transportes públicos que garanta intermodalidade, frequência e conveniência para os utentes, bem como a melhoria das vias de comunicação e uma maior oferta, com mais variedade e opções para o uso do transporte individual, que é por si só um motor de desenvolvimento.
Como resultado da evolução, do progresso e da prosperidade, a qualidade de vida na cidade da Maia tem também melhorado a um nível impressionante. O que é que isto implica? Mais e mais pessoas procuram viver nesta cidade com provas dadas e em constante evolução. Aqui entra o tema da habitação, tão preocupante e tão falado a nível nacional, europeu, e mesmo global.
Para abordar este tema, falaremos no mais fundamental e basilar princípio económico do mercado: a Lei da Oferta e da Procura. Aplicando este fenómeno à habitação na cidade da Maia, existe uma grande procura (cada vez mais cidadãos que procuram casa na Maia) e uma oferta cada vez mais escassa e reduzida (mais casas abandonadas e degradadas e menos construção). Este fenómeno levou a uma escalada exponencial do preço por metro quadrado de habitação ao longo dos últimos anos, como evidenciado no gráfico abaixo. De notar ainda que, sendo o problema da habitação
bastante complexo, a análise aqui feita é relativamente simplificada, devendo ser consideradas mais variáveis, nomeadamente o contexto social e os acontecimentos globais da última década.
Para tentar minimizar a expressão deste problema e continuar a assegurar a evolução da qualidade de vida e a prosperidade da Maia, poder-se-ia aumentar a oferta de habitação ao criar um regime de incentivo à nova construção para arrendamento (build-to-rent) e ao aproveitar os imóveis devolutos do município para habitação.
Para além de tudo isto, uma última questão que deve ainda ser trabalhada e melhorada, é a aposta na camada jovem da população Maiata, que merece mais atenção, contacto, e oportunidades de expressão com os dirigentes municipais. Inserindo-me nesta camada do município, uso este privilégio de escrever num meio de comunicação tão importante para apelar a que mais jovens como eu tenham iniciativa, a e que a expressão das suas opiniões e ideias lhes seja permitida. Afinal, celebrando os 50 anos da liberdade, celebramos também a liberdade de expressão.
Em tom de conclusão, é importante reforçar que a Maia é um exemplo no que toca a crescimento, evolução, prosperidade e qualidade de vida, nestes 50 Anos de democracia. Os Maiatos são conhecidos por serem um povo proativo, com iniciativa e vontade incansável de mudança e progresso. Por este motivo, não se contentam apenas com o “suficiente”, e é por isso mesmo que todos temos de lutar e tentar mudar e melhorar os aspetos que podem – e devem – ser mudados. Após 50 prósperos e felizes anos de democracia e liberdade, lutemos por um futuro ainda mais risonho para os Maiatos!
Gonçalo Martins Torrão
17 Anos, Estudante do Ensino Secundário, Membro da Iniciativa Liberal Maia