«Daxuva é um criador de mundos, é uma folha em branco»
O maiato Pedro Ferraz, conhecido dos leitores do MaiaHoje pela sua música Hard Rock, tem agora um novo projecto, chama-se “Daxuva” e é o nome que dá a cara por uma nova maneira de estar na música, através da composição e da produção musical, sem, no entanto, abandonar por completo a intervenção vocal.
“Punk Selva”, é o mais recente álbum e conta com a participação de grandes artistas, tais como: Luca Argel, Nina Miranda, Emmy Curl, Jam da Silva, Carla Muzag, Lizandra, Khali, Itaya, Davide Lobão e Masanari Harada.
Numa pequena entrevista, Daxuva fala ao Maia Hoje do que se trata este novo projeto, as suas inspirações e o sucesso nos outros países.
Maia Hoje (MH): O que é este novo projeto e como surgiu o nome deste álbum?
DAXUVA: Este novo projeto surgiu como resposta a uma vontade de fazer pontes com vários artistas que me eram próximos ou que me foram apresentados.
Depois de “Le Jardin”, primeiro disco onde a Nina Miranda era a convidada principal de todos os temas e onde o disco retratou um período muito concreto e onde se plantou um jardim bonito e com muita luz. É um disco que apela ao Amor e à Liberdade.
Punk Selva, é um disco que como diz o nome, abraça vários estilos, vários artistas e por isso mesmo proporcionou um espaço seguro de rebeldia e de expressão mais livre. O jardim transformou-se numa selva. Numa selva punk.
MH: Qual foi a grande inspiração para a realização do álbum?
DAXUVA: A inspiração é a vida em si. Não houve um tema específico que fosse o ponto de partida para o disco. Mas sim apenas a vontade de juntar pessoas, visões, culturas e deixar fluir a arte e a expressão de cada um.
Da minha parte, enquanto produtor foi também a vontade de explorar novas ferramentas, fundir expressões e estilos como triphop, tropical, electrónica entre outros.
MH: O Punk Selva conta com a participação de vários artistas. Como é que foi o processo de escolha e qual foi o motivo para a seleção destes artistas?
DAXUVA: A seleção foi feita com base na amizade e no talento de cada um. A ideia foi ter vários artistas com expressões totalmente diferentes e que conseguissem dialogar com a minha música e traduzi-la para uma nova linguagem. O maior desafio que foi também a maior premissa, era conseguir que os artistas comunicassem num ambiente que muitas vezes não é o habitual deles e tentei não limitar de nenhuma forma a maneira como eles comunicaram com os instrumentais.
MH: Qual a comparação com os trabalhos anteriores.
DAXUVA: Em comparação com o primeiro disco, este disco explora mais a interatividade entre artistas, enquanto que o primeiro disco “Le Jardin” é um diálogo entre Daxuva e Nina Miranda. É uma conversa entre dois artistas apenas. Enquanto que aqui são vários artistas e de vários pontos do globo.
MH: É ainda um trabalho bastante recente, mas como é que o público tem recebido este projeto?
DAXUVA: O projeto tem sido muito bem recebido pelo público. Teve repercussões em vários países e tem tido uma audiência bastante global. É muito interessante assistir a uma certa comunidade que começa a acompanhar e a pegar nas músicas e levá-las para a sua vida e para o seu mundo. E esse é o poder da música, cada um de nós abraçar músicas de que gosta e adoptá-las.
MH: O que é podemos esperar para o futuro? Contaremos com algum espetáculo ao vivo?
DAXUVA: Os espetáculos ao vivo, devido a um grande número de convidados e que estão espalhados por todo o globo são bastante complexos a nível de logística e de custos. Mas existem algumas ideias que poderão ser exploradas.
MH: Por fim, o seu nome artístico é Daxuva. Fale-me um pouco sobre ele.
DAXUVA: Daxuva é um criador de mundos, é uma folha em branco. O nome é apenas um nome. Pretende ser muito e pouco ao mesmo tempo. É a raiz que suporta todos os ramos que surjam nestas conexões e nesta comunicação com o mundo.
Daxuva é plural e singular, masculino e feminino. Mas não é neutro.