Faites vos jeux!
Como referi no último editorial, com o fim do verão, está dado o pontapé de saída para novas eleições autárquicas que ocorrerão sensivelmente dentro de um ano.
Tudo normal no Reino! Começaram as danças de hipotéticos candidatos, sendo mais visíveis e audíveis as referentes às duas maiores representações partidárias. Seguir-se-á a batalha do diz-que-disse, da indignação por qualquer coisita que valha uma mão cheia de votos, e da obrigatória comparência em qualquer aniversário de colectividade. Tudo igual!
No partido pilar da maioria, atendendo à herança política de Vieira de Carvalho, a acreditar na tradição, espera-se uma recandidatura de Silva Tiago para um último mandato, que será certamente apoiado pelos atuais eleitos.
No entanto o facto de ser um último mandato, tem animado alguns militantes, por um lado a aspirarem já a uma nova cara, uma mexida nas cadeiras, defendendo que Emília Santos, a número dois do Executivo, possa avançar já para esta eleição.
Por outro lado, a alegarem que Silva Tiago «não está perto e não ouve as pessoas», como o faziam Vieira de Carvalho e Bragança Fernandes, e que o atual presidente, se tem «portado muito mal com os seus apoiantes».
Nas preferências há ainda Paulo Ramalho, um quadro do partido, que por direito espreita uma oportunidade no caso de haver disputa interna.
Pela experiência que tenho, a não ser que alguém vá fazer a rodagem do “Citröen” à reunião magna local do partido, não haverá surpresas. Faço aqui um parêntesis sobre este episódio histórico do carro do professor Cavaco Silva, para recordar que um dia, o ex-presidente fez o favor de me vender esse automóvel que fez história, mas numa outra altura contarei os pormenores de como me tornei proprietário do automóvel do ex-Presidente da República.
Já quanto ao maior partido da oposição, sente-se o mau estar com a atual “parceria” com os “dissidentes” do PSD, principalmente pelos socialistas mais “puristas” que não se sentem representados nos atuais eleitos. Há um desconforto notório.
Nos “bastidores” já não é um segredo bem guardado que José Manuel Ribeiro, atual presidente da Câmara de Valongo, que não se poderá candidatar de novo àquela autarquia, poderá ser o candidato socialista à Maia. É uma hipótese forte, mas não a única. De facto, são apontados pelo menos três outros candidatos de peso, que por sinal, também o são à câmara municipal do Porto, são eles os ex-ministros Manuel Pizarro, Matos Fernandes e José Luís Carneiro. A procissão ainda vai no adro e as reuniões magnas de militantes na Maia têm tradição de serem disputadas e com “volte faces” teatrais. Esperam-se novos capítulos.
Nos outros principais partidos ainda não há novidades, talvez por conseguirem conter mais as fugas de informação. Apesar disso:
No BE, o “histórico” maiato Silvestre Pereira, será sempre um eterno candidato e ninguém estranharia que fosse a novo escrutínio.
Na CDU, não seria novidade que um dos ex-candidatos, a saber, António Neto, Virgínia Pereira e Alfredo Maia possam vir a representar o coletivo liderado pelo PCP.
No PAN, um partido em visível declínio eleitoral, o candidato será sempre uma incógnita.
No Chega, uma vez que o anterior candidato ter-se-á afastado do partido e sabendo que a anterior candidata da IL, Nina Silvestre, trocou o partido de Rocha pelo de Ventura, e até foi candidata quase eleita nas eleições europeias, poderá ser uma candidata natural, ou ter o poder de indicar o nome a apresentar.
A terminar, na IL, uma força política que nos últimos tempos, no seguimento do que acontece a nível nacional, se tem mostrado localmente muito dinâmica, sabendo que a representação a nível de Assembleia tem recaído em António Fonseca, atual presidente da concelhia, um conhecedor da política e dos políticos maiatos, não seria uma surpresa que liderasse a lista Liberal que cada vez mais aposta na juventude de centro direita.
Jornalista
Diretor de Informação