Historiadores apresentam Revista da Maia 2023
No dia 14 de julho, inserida na XVIII edição da Feira do Livro da Maia, foi apresentada pelos historiadores Rui Teles de Menezes e José Maia Marques, a edição de 2023 da Revista da Maia.
O objetivo desta publicação da Câmara Municipal é continuar a desbravar as memórias desta terra, pela criação de estudos de investigação que tocam no património histórico, sem esquecer outros domínios, como o arqueológico e antropológico. Neste número, constam diferentes abordagens ao território e aos usos e costumes da Maia.
Assim, José Maia Marques aborda a temática da morte na perspetiva de alguns testamentos maiatos. Apontando ao desporto, Rui Teles de Menezes recua aos primórdios do aparecimento do futebol na Maia e de como ele se disseminou pelo concelho. Já Mário Fonseca dá-nos uma visão de Joaquim Moutinho dos Santos, de Águas Santas, personalidade de relevo na Maia da segunda metade do séc. XIX.
No seguimento da revista anterior, Fernando Teixeira traz-nos mais quatro pequenas grandes histórias, sob a forma de biografias de ilustres: o pedreiro maiato José Moreira da Silva, figura inconfundível de Moreira; António Ferreira Pinto, homem ligado à imprensa maiata; a lavadeira Olívia Duarte, que “destituiu” o Presidente da Câmara; e por fim, uma referência às fiadeiras da Maia. André Tomé Ribeiro aborda as escavações arqueológicas decorridas recentemente no Monte de Sto. Ovídio, enquanto Manuel Tonel Marques evoca a criação da Gueimaia, sinónimo de transformação e urbanização em Gueifães.
Para o final, a brasileira Regina Helena Paiva Ramos descreve a ligação que mantém com a Maia e a vida do seu tio, Domingos Ramos Paiva, o brasileiro de Folgosa. Regina, de 93 anos, lançou há poucos meses um romance intitulado “Vento endiabrado”, editado pela Almedina.
Na impossibilidade de estar presente, enviou uma mensagem de apreço e agradecimento, além de destacar o papel e importância do livro «os livros ensinam, divertem, consolam, agradam, fazem companhia, emocionam, às vezes até fazem chorar! Mas só quem os aprecia sabe o bem que fazem lágrimas que correm depois de uma boa leitura. Aqui deste país distante, um Brasil cheio de “brasis” de várias qualidades, povos, costumes, culturas diferentes, fico feliz por termos uma só língua, o português. A língua une os “brasis” diferentes e continua nos unindo a Portugal, a pátria Mãe. E é bom que assim seja! Desejo que continuem a trabalhar pelo livro e desejo que continuemos unidos: vocês e eu, descendente da gente boa de Folgosa da Maia, meus queridos avós».