“Maia Cuida +” é «um projeto de amor»
A Câmara Municipal da Maia apresentou esta terça feira, dia 12 de novembro, um projeto de apoio integrado aos Cuidadores Informais e às Pessoas Cuidadas da Maia.
Este projeto já está a ser implementado, tendo iniciado em 2022 com o objetivo de reconhecer e valorizar o papel das pessoas cuidadas e cuidadores informais; facilitar a permanência das pessoas cuidadas no seu ambiente familiar, reforçando o apoio aos cuidadores informais; proteger e divulgar os direitos das pessoas cuidadas e cuidadores informais; responder adequadamente às necessidades de apoio; assegurar o acompanhamento contínuo e manter um diagnóstico atualizado.
Em entrevista ao Maia Hoje, Emília Santos, vice-presidente da Câmara Municipal da Maia e vereadora da Saúde explicou ser um «projeto de amor» e que um dos objetivos é «retardar a institucionalização dos nossos seniores e, para isso, temos que os manter no meio natural de vida. Só conseguimos fazer isso se ajudarmos o cuidador» disse.
Na fase da conceção, o programa envolveu mais de 40 visitas a instituições e a sinalização e visitas a 136 famílias. Chegou, desde abril de 2023, a 94 famílias, estando atualmente integradas 71, sendo que está previsto abranger mais de 140 agregados familiares até ao final de 2025.
O Maia Cuida +, aponta informação da autarquia, tem quatro fatores distintivos: «os cuidadores informais beneficiam do apoio de uma equipa de profissionais qualificados, incluindo enfermeiros, auxiliares de ação direta, psicólogos e terapeutas ocupacionais” e de uma “bolsa de substituição temporária que permite ao cuidador informal usufruir até 4 horas de descanso por semana».
E ainda: a formação e capacitação dos Cuidadores Informais para conhecerem melhor os seus direitos e as necessidades das pessoas cuidadas e uma estreita ligação com as estruturas de Saúde e Segurança Social, que possibilite uma melhor identificação das necessidades e subsequente definição de respostas e cuidados a prestar.
O Maia Cuida + é financiado pelo Programa de Recuperação e Resiliência (PRR) em um milhão de euros e em 300 mil euros pela autarquia da Maia. Está desenhado para durar até finais de 2025, mas pretendem a sua continuação.
Para a sua concretização a Câmara Municipal da Maia conta com o envolvimento da Unidade Local de Saúde São João, das Juntas de Freguesia do Concelho da Maia, da Associação Nacional dos Cuidadores Informais, da Associação de Solidariedade Social Mouta Azenha – Nova (Asman) e do Lions Clube da Maia.
De referir que este projeto conta com a prestação de serviços, contratados pelo Município, do Instituto Padre António Vieira (formação e capacitação de Cuidadores Informais e voluntários) e da Escola Superior de Saúde Santa Maria do Porto.
Programa facilita a vida dos cuidadores informais
Fátima Leitão é cuidadora informal do seu irmão, que sofre da doença de Parkinson, uma doença degenerativa crónica do sistema nervoso central que afeta principalmente a coordenação motora.
«O meu irmão tem dificuldade em movimentar-se, não pode andar sozinho, fala pouco, temos de puxar por ele» explica a cuidadora.
Ficou a conhecer este programa através de uma chamada telefónica da Câmara Municipal da Maia, onde lhe questionaram se gostaria que cuidassem do seu irmão, à qual respondeu de forma positiva.
Agora, todas as terças feiras, durante cerca de cinco horas, uma profissional de saúde desloca-se até ao seu lar, para cuidar do irmão de Fátima, ajudando-o a fazer ginástica e permitindo que a cuidadora possa fazer «aquilo que não posso fazer nos outros dias».