Maia| “World Press Photo”: «radiografia precisa do estado do mundo»
Exposição está patente no Fórum da Maia e um dos objetivos passa por «defender a liberdade de imprensa e a transparência dos meios de comunicação».
A exposição “World Press Photo” está novamente na Maia, entre os dias 29 de outubro e 20 de novembro.
Este ano, a principal competição do mundo para fotógrafos da imprensa, fotojornalistas e fotógrafos documentais atraiu 4.066 fotógrafos de 130 países. No total, foram apresentadas a concurso 64.823 fotografias.
Martha Echevarria, gestora de exposições e curadora, não pôde estar presente na inauguração, mas gravou um pequeno vídeo para os presentes. A curadora explica que as missões desta exposição passam por «destacar o melhor do jornalismo visual; disponibilizar-lhe uma plataforma de relevo; defender a liberdade de imprensa e a transparência dos meios de comunicação e servir uma plataforma para uma diversidade de vozes de todo o mundo e ligar-vos a essas mesmas vozes».
Já há 23 anos que este evento decorre no nosso concelho e, todos os anos, a exposição recebe cerca de 8.000 visitantes «quer de toda a Região Norte, Centro e até mesmo da Galiza, daí que ela é, hoje, uma exposição que tem um valor enorme, no sentido de tornar a nossa cidade mais atrativa e trazer aqui novos visitantes» refere Paulo Ramalho, vereador da Competitividade Económica, Relações Internacionais e Turismo da Câmara Municipal da Maia.
Referente ao ano de 2021, esta exposição chama a atenção para o que aconteceu no mundo, promovendo uma reflexão sobre os tempos atuais. Paulo Ramalho destaca o valor artístico da “World Press Photo”, mas acima de tudo «o ponto de vista documental, uma vez que toda a exposição tem fotografias que expressam realidades e um conjunto de histórias, apelando à reflexão».
Percorrendo os corredores da Galeria do Fórum da Maia, podemos observar as várias fotografias e ler a descrição de cada uma. A fotografia vencedora deste ano foi “Kamloops Residential School”, de Amber Bracken, para o The New York Times. “Salvando Florestas com Fogo”, por Matthew Abbott, Austrália, para a National Geographic/Panos Pictures, foi premiada com a Reportagem do Ano da World Press Photo. A “Distopia Amazónica”, de Lalo de Almeida, Brasil, para a Folha de São Paulo/Panos Pictures, recebeu o Prémio Projeto de Fundo da World Press Photo. “Blood is a Seed”, de Isadora Romero, Equador, recebeu o Prémio Formato Aberto da World Press Photo. A obra premiada convida-nos a refletir sobre os efeitos devastadores da colonização e a importância de preservar o conhecimento indígena.
Mário Neves, vereador da cultura da Câmara Municipal destaca a importância da fotografia como uma «radiografia precisa do estado do mundo» acrescentando que esta fotografia, produzida para meios de comunicação social «retrata a realidade que o fotojornalista conseguiu captar e, portanto, é uma forma de nos confrontarmo-nos com realidades que nem imaginamos que existe».
Este ano, a Fundação World Press Photo lançou uma nova estratégia regional de modo a oferecer um mais global e melhor equilíbrio geográfico de perspetivas. Assim, as fotografias e histórias estão divididas em seis regiões do mundo – África, Ásia, Europa, América do Norte e Central, América do Sul e Sudeste Asiático e Oceania – e em quatro categorias baseadas em formato: Fotografia do Ano da World Press Photo, Formato Aberto, Prémio Projeto de Fundo e Fotografia Individual. Essas categorias acolhem entradas que documentam novos momentos, eventos e consequências, bem como questões ou soluções sociais, políticas e ambientais.
Para além desta nova estratégia, o município também destacou a Agenda 2030 e os 17 objetivos do Desenvolvimento Sustentável. Este ano «ligamos, cada uma das fotografias aos 17 Objetivos do Desenvolvimento Sustentável, fazendo promoção da Agenda 2030 e apelando a que cada uma das pessoas perceba quais aqueles que estamos mais avançados na concretização das metas e aqueles que estamos mais atrasados, mas também aqueles em que nos revemos melhor» termina Paulo Ramalho.