Nelson Ferraz apresenta “À procura de um pássaro que não arda”
Jorge Castelo Branco, editor do poeta leu o primeiro poema desta obra revelando ser «qualquer coisa de sensacional».
O lançamento do novo de livro de Nelson Ferraz realizou-se no dia 4 de março na Sala de Sessões da Junta de Freguesia de Águas Santas. O décimo segundo livro de poesia do autor intitula-se “À procura de um pássaro que não arda”, e de acordo com o que nos explicou o poeta, «é o seguimento de um raciocínio, um seguimento mais ou menos lógico daquilo que eu tenho escrito», disse. Transmitiu-nos ainda que com este livro pretende «mostrar que há coisas que nós vamos perdendo, mas que se nós quisermos não se perdem. Enquanto forem lembradas, enquanto houver uma busca por essas coisas», referiu.
O evento iniciou com um momento musical proporcionado por Francisco Rua na guitarra. De seguida, Miguel dos Santos, Presidente da Junta de Freguesia de Águas Santas felicitou Nelson Ferraz dizendo que o autor «tem a nossa admiração (…) porque o senhor Nelson Ferraz consegue ter esta característica de trazer até nós muitos amigos, autores, atores, e isso é sinal de que realmente é estimado e a sua obra é valorizada», declarou o presidente.
Logo depois foi a vez de Jorge Castelo Branco, editor de Nelson Ferraz, proferir algumas palavras. O editor começou por agradecer a presença dos convidados e relembrar o percurso do poeta, enumerando todos os livros publicados até à data, assim como os prémios que o autor já recebeu. Ainda agradeceu ao poeta «por escreveres crepúsculos devagar e com uma atenção suave. Obrigado por nos fazeres refletir o que poderíamos ser, sem o ser e que somos se tivéssemos olhado também devagar e com uma atenção suave», disse. Jorge Castelo Branco terminou o seu discurso lendo o primeiro poema do novo livro intitulado “Crepúsculo” referindo-se ao mesmo como sendo «qualquer coisa de sensacional».
A apresentação do livro esteve a cargo de Conceição Lima que revelou que na poesia de Nelson «há realmente alguma ousadia, por isso eu chamo desalinhado». Isto deve-se ao facto de que «a palavra está desfasada do seu sentido comum, do seu corrente significado e o poeta coloca-a sempre num outro sentido, num outro local em que ela está desconfortável», disse. Conceição também referiu que durante a leitura deste livro deparou-se com «desenganos, dúvidas existenciais, angustias ontológicas», acrescentando ainda que «o poeta tem uma ânsia permanente (…) acho que anda sempre à espera de encontrar o pássaro. Não será fácil, mas eu aconselho-o a que não desista», declarou. A sua apresentação terminou com a leitura de um poema do autor.
O evento continuou com a leitura de alguns poemas do novo livro pelos atores Alzira Santos, Amílcar Mendes, Clara Oliveira, David Morais Cardoso e Sara Velho.
Nelson Ferraz também dirigiu algumas palavras ao público. O poeta agradeceu a presença de todos os seus amigos e familiares, ao presidente da Junta de Freguesia, ao seu editor «pela sua confiança, por ser parte muito importante do meu percurso literário e sobretudo pela sua amizade que ultrapassa a relação editor/autor», e a Conceição Lima «pelo brilhantismo com que apresentou este livro, analisando-o de uma forma superior como só ela é capaz», declarou. O autor terminou o seu discurso lendo um pequeno texto da sua autoria.
O evento encerrou com uma sessão de autógrafos e um Porto de Honra.
Joana Silva, trainee
Bruna Pinto Lopes, jornalista