SUPERTABi discutiu Inteligência Artificial e educação com tecnologia
Em vésperas do início do ano letivo, realizou-se mais uma edição do Encontro Internacional sobre Inovação Pedagógica SUPERTABi 2024 «um encontro de disseminação de práticas pedagógicas, de debate e de reflexão sobre inovação» referiu Marco Bento, coordenador do projeto, explicando que «são chamados especialistas para conversarem sobre educação e práticas pedagógicas com tecnologia; professores e partilha de experiências».
A nona edição realizou-se esta quarta-feira, quatro de setembro, no Fórum da Maia e contou com mais de 4.000 professores inscritos «representando praticamente 300 municípios e ainda pessoas que estão a assistir em 15 países diferentes, desde a China aos Estados Unidos, a países africanos e europeus» referiu Marco Bento.
Na edição deste ano, num regime híbrido, certificado e gratuito, foram discutidos temas como Inovação Pedagógica com Tecnologia, Inteligência Artificial e Modelos Híbridos de Aprendizagem.
«A inteligência artificial está na ordem do dia, mas recordo que há três anos tivemos um debate sobre isso e ainda não estava publicado o ChatGPT, o que nos deixa curiosos porque antecipamos vários cenários» explicou Marco Bento, aditando «vamos discutir ainda o processo de naturalização digital, a incorporação digital, a realidade virtual, a realidade aumentada em todos os processos educativos e a partilha de projetos e práticas de professores que trabalham já todos estes aspetos», disse.
Emília Santos, vereadora da educação da Câmara Municipal da Maia, esteve presente na sessão de abertura, onde deu as boas vindas aos convidados e fez um balanço do projeto SUPERTABi «é verdadeiramente extraordinário apercebermo-nos que ao fim de nove anos conseguimos sempre imprimir a mudança e inovação nas aprendizagens mediadas por tecnologia».
A vereadora acredita ainda numa «articulação e fusão de todas as ferramentas de trabalho, como os livros e os lápis, mas também os tablets e os telemóveis, produzindo-se um ambiente motivador e de incentivo à aprendizagem».
No entanto foi recentemente colocado em causa o uso de telemóveis nas escolas através do “Movimento Menos Ecrãs, Mais Vida” levado a cabo por quatro mães professoras, que defende a proibição dos “smartphones” e dos manuais digitais. Marco Bento esclarece «a sala de aula é o único espaço que existe onde a moderação e o equilíbrio entre o ecrã e o analógico é feito, porque há um especialista que, na verdade, faz essa gestão, que são os professores que têm informação para fazer essa manipulação» e defende «grande parte do abuso dos ecrãs acontece fora da sala de aula. Acontece em casa, nos recreios, na manipulação do Youtube, sem qualquer tipo de controle parental».
Pela primeira vez em Portugal, estiveram presentes a italiana Lucia Ladisa, da Avantis Education, que trouxe a debate o poder da realidade virtual numa sala de aula moderna, e o norte americano Bryan Chong, Padlet Management Team, que apresentou como a Inteligência Artificial está já a impactar alunos e professores em todo o mundo. Ainda nos destaques, salienta-se a presença do Diretor Regional de Educação da Região Autónoma da Madeira, Marco Gomes, que apresentou o exemplo e sucesso do Projeto dos Manuais Digitais e da Estratégia Educativa na Região Autónoma da Madeira. Em termos nacionais, destaca-se um painel com quatro diretores de quatro Centros de Formação portugueses para ajudarem a clarificar e a pensar a formação contínua de professores, mas também um conjunto de oradores que apresentaram projetos de inovação pedagógica, que valeram, ainda este ano o prémio de Global Teacher Prize 2024.
Numa altura em que se questiona a falta de professores nas escolas, a vereadora admite ao Maia Hoje que «a questão dos professores não é uma questão que se coloque ao município, mas tudo faremos para que não haja falta de professores».
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