Talento e criatividade nos McDonald’s
Os restaurantes McDonald’s Maia Centro, Maia Auchan, Maia Shopping, Ermesinde e Valongo, liderados por Jorge Ferraz, detentor da franquia, tomaram a iniciativa de assinalar o Dia Mundial do Artista, comemorado anualmente a 24 de agosto.
Reconhecendo o talento, ainda que discreto, dos colaboradores destes cinco restaurantes, Jorge Ferraz e a supervisora de recursos humanos, Débora Figueiredo, decidiram lançar um desafio àqueles que ali trabalham para mostrar ao público as suas habilidades artísticas.
Durante as próximas semanas, ao entrar num destes cinco restaurantes, poderá reparar numa decoração diferente, chamativa e que despertará, certamente, a sua curiosidade. Nas paredes foram, cuidadosamente, colocados cartazes, com uma breve biografia do autor e as respetivas obras de arte. É possível observar uma variedade de trabalhos, desde a escrita (poesia, prosa), pintura, ilustrações, fotografia, dança, teatro, entre outras.
«Queremos homenagear estas pessoas que, para além de trabalharem aqui, têm as suas ocupações de tempos livres, atividades, diferentes gostos e preferências» começa por explicar Jorge Ferraz, acrescentando que «conforme vamos conhecendo as pessoas, descobrimos que há aqui talentos muitos diversos e trabalhos interessantes fora do local de trabalho».
O desafio foi lançado há cerca de dois meses, o qual foi aceite com coragem por mais de duas dezenas de empregados o que impressionou o franquiado «tivemos uma adesão enorme, muito superior aquela que estávamos à espera».
Para além de divulgar os talentos existentes de cada trabalhador, o pretendido é criar um ambiente agradável entre a equipa «queremos dar boas condições de trabalho e que se sintam bem» diz Jorge Ferraz, reconhecendo que «o salário e os benefícios são fundamentais para termos pessoas motivadas, mas para além disso há que criar um ambiente para que se sintam seguras, respeitadas e reconhecidas».
Segundo o empresário, um dos desafios foi enquadrar estes produtos com a decoração do restaurante «não podemos colocar este tipo de peças sobre imagens e encontramos aqui uma forma gráfica de conseguirmos conjugar tudo isto».
No final das contas, o restaurante torna-se um palco com o objetivo de dar a conhecer aos clientes que por lá passam, aquilo que são outras atividades dos colaboradores que não têm oportunidade de o divulgar noutro lado.
Desafiamos Jorge Ferraz a também revelar algum talento que nos tenha ocultado, sendo que a sua resposta foi «não tenho nenhum talento artístico, infelizmente, mas a minha esposa desenha muito bem e herdou isso do pai (…) os meus filhos têm também esse talento».
Rafael Sousa tem 19 anos e, foi no secundário, que descobriu o gosto pela escrita.
Trabalha no McDonald’s de Ermesinde há mais de um ano e, quando contactado pela diretora dos recursos humanos, não resistiu ao desafio «gosto muito de partilhar o que faço e quando surgiu esta hipótese, não hesitei em abraçar esta proposta».
Natural de Águas Santas, começou a escrever poemas, pela primeira vez, após ouvir o poema de António Gedeão, “Pedra Filosofal”, pela voz e guitarra de Manuel Freire.
Nesta iniciativa apresentou o poema “A História da Alma de Inverno” retirado do seu livro já publicado “Aparte do mundo”, onde retrata o escritor e o que será a alma do escritor, ou seja, «tudo um pouco congelado, rijo, aquele frio das manhãs de inverno e que vai desabrochando com o nascer do dia».
Para Rafael «a McDonald’s é um início de vida para muitos, onde conheci muita gente» e acrescenta «nunca tive dificuldade em conciliar a escrita, a faculdade e o trabalho, porque o horário é sempre adaptado». A escrita faz parte do seu dia-a-dia, aproveitando as pausas para «rabiscar» as folhas do tabuleiro.
Com 18 anos, Beatriz Oliveira trabalha no McDonald’s Maia Centro para segundo nos confidenciou, «conseguir ter a minha independência e pagar a faculdade».
Com o desejo de ser atriz, Beatriz decidiu enviar fotografias e falar sobre o Teatro, arte que já pratica desde os 12 anos «quis mostrar que o Teatro deve ser valorizado e que é uma arte fantástica».
Tal como Rafael, a jovem atriz admite conseguir conciliar as três atividades, teatro, trabalho e faculdade, «comecei com o teatro desde pequena, porém nunca achei que pudesse ter tanto amor por uma arte como tenho pela representação» palavras suas que também enchiam um cartaz afixado no local.