Unidade de Cuidados Continuados Integrados na Maia, prevista para 2026
A Câmara Municipal da Maia e a Empresa STGT- Projects, S.A. apresentaram esta terça-feira, no Salão Nobre dos Paços do Concelho, a nova Unidade de Cuidados Continuados Integrados que irá nascer na freguesia de Vila Nova da Telha.
Esta unidade, futuramente localizada na Rua Nova da Fábrica, será a maior do país e terá capacidade para 330 camas de três tipologias: Unidade de Longa Duração e Manutenção (ULDM), com 264 camas, Unidade de Média Duração e Reabilitação (UMDR), com 33 camas, e Unidade de Convalescença (UC), também com 33.
Está prevista a contratação de cerca de 350 colaboradores, dos quais 250 profissionais de saúde.
Orçado em cerca de 20 milhões de euros, este projeto privado desenvolvido ao abrigo do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR) tem inauguração prevista para 1 de julho de 2026.
De acordo com o administrador do grupo STGT, José Teixeira, este projeto teve início em 2022, passou ao longo de um complexo processo, incluindo a candidatura ao PRR em 2023, a formalização dos contratos em 2024 e, finalmente, o lançamento do concurso público e adjudicação da empreitada em 2025, «contudo estamos apenas a meio do caminho. A próxima batalha que temos pela frente é concluir uma obra com cerca de 10 000 m2 até junho de 2026» explicou o administrador.

Unidade em Vila Nova da Telha «é um exemplo»
A Secretária de Estado da Saúde, Ana Povo, esteve presente neste momento, prolongando a sua visita ao terreno onde será esta Unidade. Na sua intervenção, a responsável sublinhou que este projeto «representa um passo fundamental no reforço da Rede de Cuidados Continuados Integrados».
Este projeto, que nasce da colaboração entre o setor público e o setor privado «demonstra o compromisso em garantir o acesso a cuidados de qualidade para todos os cidadãos» acrescentou a secretária de estado.
No final, caracterizou a Unidade de Vila Nova da Telha como um «exemplo» e «concretiza um passo importante na construção de uma rede de cuidados continuados eficiente, capaz de responder às necessidades da nossa população, oferecendo o máximo de conforto e segurança aos utentes, incorporando tecnologia de última geração».

«Melhoria na resposta às necessidades da população»
Silva Tiago, presidente da Câmara Municipal da Maia, explicou a importância desta nova unidade «representa para a Maia, para toda a região e para todo o país, um investimento que assume especial significado, não apenas pelo montante que ascende, mas principalmente para a significativa melhoria na resposta as necessidades da população no que alude aos cuidados continuados integrados construindo no nosso território a maior unidade do género, em Portugal».
Na sua intervenção, o autarca referiu ainda que a Unidade de Cuidados Continuados Integrados, inaugurada a 5 de julho de 2024 e composta por 44 camas «tem estado permanentemente lotada, posto que a sua capacidade e dada a sua dimensão insuficiente para dar resposta a uma procura que extravasa largamente a oferta existente no contexto regional».
Silva Tiago não poupou elogios à empresa Casais, responsável pela construção desta obra «esta empresa vai cumprir e conseguir realizar este magno projeto neste tempo recorde até julho de 2026. Falei há pouco com eles e comprometeram-se com isso» terminou.
«Ainda hoje temos munícipes que estão a usufruir de uma resposta como esta… em Mirandela»
O trabalho de Emília Santos, vice-presidente e vereadora da saúde da Câmara Municipal da Maia recebeu rasgados elogios e deseja que «com um equipamento destes no concelho, pelo menos os maiatos, serão salvaguardados e terão aqui alguma prioridade» uma vez que, apesar da construção da Unidade em Águas Santas, «ainda hoje temos munícipes que estão a usufruir de uma resposta como esta… em Mirandela».
Segundo a autarca, em março de 2024, «11% das camas dos hospitais estavam ocupadas com pessoas que podiam ter alta hospitalar e podiam estar, perfeitamente, a usufruir de uma resposta como esta e só não o faziam porque não há resposta na rede nacional de cuidados continuados».

«Há momentos na nossa vida que nos transformam»
Na sua intervenção, o administrador do grupo STGT, admite entender as dificuldades das famílias que lidam com a ausência de soluções adequadas e explica que este projeto nasce de «experiências pessoais que me marcaram profundamente e que reforçam a minha convicção de que é preciso faze mais e melhor». O falecimento do seu pai com Covid-19 foi um desses momentos «um homem, que dedicou a vida à família, ao trabalho, mas no momento em que mais precisou não teve acesso a uma cama hospitalar» explicou.
Já a sua mãe enfrenta «a dura realidade do Alzheimer» e tem sido um testemunho vivo «da falta de respostas eficazes e humanizadas para quem precisa de um acompanhamento contínuo».
Ao deparar-se com este cenário, o administrador sublinha que este projeto não é apenas um investimento ou uma estrutura física, é um compromisso «um compromisso de criar um espaço onde cada pessoa seja tratada com o respeito e os cuidados que merece; um compromisso de oferecer às famílias a tranquilidade de saberem que os seus entes- queridos estão bem entregues; um compromisso de contribuir para um sistema de saúde mais preparado, mais humano e mais justo».