Viagens entre Maia e Trofa facilitadas com nova variante
A segunda e penúltima fase da variante que liga a Via Diagonal, na Maia, ao Interface Rodoferroviário da Trofa foi inaugurada no passado domingo, dia 14 de julho, pelo primeiro ministro, Luís Montenegro; pelo ministro das Infraestruturas e Habitação, Miguel Pinto Luz e pelos Presidentes de Câmara da Maia, António Silva Tiago, e da Trofa, Sérgio Humberto, tendo sido notada a falta de representantes do anterior governo, que foram quem lançou a obra.
A cerimónia começou com as intervenções dos presidentes das Câmaras Municipais da Trofa e Maia, que recordaram o atraso de 30 anos, de uma obra «muito ansiada» e de muita «importância para a população e para as empresas».
A construção da variante foi conhecida a um de junho de 2022 quando o então Governo do PS declarou ser de «imprescindível utilidade pública» a construção da variante à EN 14, entre a Via Diagonal, na Maia, e o Interface Rodoferroviário da Trofa.
Mas o projeto original, que inclui outras fases e a ligação a Vila Nova de Famalicão, no distrito de Braga, tem já três décadas e foi sendo adiado ou alterado de Governo para Governo.
A obra que representa um investimento de 32 milhões de euros conta com quatro viadutos e uma ponte, numa extensão de 2.000 metros, mais quatro passagens superiores, uma delas pedonal, e duas passagens agrícolas. A velocidade máxima é de 80 quilómetros por hora.
A nova ligação entre os concelhos da Trofa e da Maia, ambos do distrito do Porto, corresponde a um troço com cerca de 10 quilómetros, com um perfil transversal tipo 1×1 vias, o que poderá ser insuficiente no futuro, iniciando-se no nó com a Via Diagonal, já construído na primeira fase, e terminando na Rotunda da Interface Rodoferroviário da Trofa já existente.
Silva Tiago descreveu os seis concelhos por onde passa a EN14 (Porto, Maia, Matosinhos, Trofa, Famalicão e Braga) como o «coração exportador do Norte» uma vez que «são responsáveis, no total, pela exportação de bens no valor de onze mil milhões de euros» acrescentando «a região não merecia e não pode repetir-se noutros investimentos essenciais que começam a tardar» alertou.
Silva Tiago quis relembrar «com tristeza, que esta mesma EN14 ainda atravessa o centro da Maia em trincheira aberta, numa cicatriz que divide a minha cidade a meio» reforçando a necessidade «da ligação do centro de carga aérea do Aeroporto Francisco Sá Carneiro à A28 e a ligação da A41 à zona industrial Maia II».
Já Luís Montegro considera que «esta obra, como todos os segmentos da requalificação das variantes à EN14, tem barbas. Em bom rigor ainda nem havia Trofa, em bom rigor a beneficiação da EN14 ainda vem do tempo em que grande parte do território da Trofa estava integrada no concelho de Santo Tirso».
Admitindo conhecer este «assunto com muito detalhe» sendo que era deputado na Assembleia da República e porque foi acompanhando «a frustração e desilusão» da população com a demora na concretização da obra, Montenegro disse que «de uma assentada» com esta variante se resolvem vários problemas.
«Tirar trânsito rodoviário dos centros nevrálgicos dos concelhos. As vias de comunicação atuais estão absolutamente esgotadas neste perímetro (…) e evitar o atravessamento das zonas mais densas habitacionais por transportes, nomeadamente de mercadorias, que são fatores de poluição e geram muitos problemas de manutenção das estradas» disse o primeiro ministro.
Descreveu a região como «uma das zonas mais dinâmicas do país», lembrando a «localização única» graças «às autoestradas A3, A7, A41 e A28 e aos equipamentos aeroportuários, em particular o aeroporto Francisco Sá Carneiro e o porto de Leixões».
Depois de uma viagem inaugural feita em autocarro e reservada à comitiva e à comunicação social, a nova variante foi aberta ao trânsito este domingo.